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Sessão de 17 de Novembro de 1924 25

Ia podia ter a organização de uma empresa como a Companhia dos Diamantes, como a do Amboim, como a do Fomento de Angola, como a do Petróleo, e tantas outras manifestações de actividade. Soube até, no contrato com a Companhia dos Diamantes, fazer um escalonamento de créditos que é um verdadeiro plano financeiro.

Pena foi que não tivesse submetido êsse plano e as aquisições de materiais às possibilidades da província. Se se chegar a ir a Angola, não são as montanhas de material que existem no quilómetro 5 da linha de Malange que nos hão-de embaraçar.

Pelo contrário, nessas montanhas de material estão, os recursos do novo fomento de Angola. O que é preciso é destinar êsse material a outras linhas, de modo a estar todo aplicado em menor número de anos.

Um àparte.

O Orador: — Ainda bem que, uma vez ao menos, houve uma colónia que conseguiu arrancar um dente à metrópole, tendo lá materiais que valem êsse dente.

Vários àpartes.

O Orador: — Sr. Presidente: na missão que eu desejo desempenhar em Angola, irei, portanto, fazer o aproveitamento de todo êsse material, irei mobilizá-lo quanto antes e pô-lo à disposição do fomento da província.

Essa é a obra que há a realizar. Não dará grande nome, mas, no final, há-de dar a certeza de ter cumprido um dever e de o ter cumprido honestamente. Tendo aceitado o lugar de Alto Comissário, não imaginei usar com êle um papo, mas sim constituir uma mochila. É assim que me tenha comportado dentro da missão que aceitei, tem sido a trabalhar desde o dia em que tomei posse, sempre com ordem de marcha e com muita pena do não poder partir por as circunstâncias não o permitirem. A situação interna de Angola exige que eu vá para Loanda com as dívidas que a V. Exas. mencionei transformadas em qualquer cousa que a província possa suportar, exige que lá apareça com remédios imediatos para a sua situação bancária, para a sua situação monetária e para a sua situação orçamental, que é
uma situação de déficit. De resto, sob a direcção do governador interino, que é dos funcionários mais ilustres das nossas colónias, em Angola está-se trabalhando com um élan admirável e verdadeiramente digno do nosso aplauso. O Conselho Administrativo está realizando uma obra de resultados imediatos, promovendo consideráveis economias.

O que, evidentemente, não é possível é a colónia vencer, por si só e numa só gerência, todas as dificuldades que a cercam.

Temos muito que ver é que examinar nas companhias de Angola. Não há que fazer inquéritos para assacar responsabilidades a alguém, mas há que os organizar para melhor se puderem discriminar os recursos a obter nas próximas gerências.

Um dêsses inquéritos é junto das companhias onde há representação do Estado.

Todas as companhias onde Angola tem os seus representantes estão nesta hora em íntima ligação comigo por intermédio dos administradores por parte do Govêrno. Vou ler à Câmara as instruções que dei a êsses administradores o que poderão dar a V. Exas. uma idea das minhas intenções durante o exercício do cargo que vou desempenhar em Angola.

Leu.

Devo dizer, em abono da verdade, que gosto de fazer justiça a todos, e assim não posso deixar de dizer que relatórios há dessas companhias que estão inteiramente dentro do critério da minha circular.

Vejo que nestes primeiros anos necessário é seguir uma política de íntima relação com essas companhias, para bem de toda a acção administrativa da província.

Por tudo isto já a Câmara está vendo quais são as minhas intenções, pois na verdade o meu único desejo é prestar um serviço ao País, sendo êste na verdade o meu modo de sentir, mas de modo algum aceitarei, pode a Câmara estar certa disso, o lugar de sindicante.

Tenho dito.

O orador não reviu.

Antes de sã encarar a sessão

O Sr. Morais Carvalho: — Sr. Presidente: pedi a palavra para chamar a atenção