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12 Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Presidente: - O Sr. Vicente Ferreira deseja tratar, em negócio urgente, dum assunto referente ao Ministério da Marinha, mesmo^na ausência do respectivo Ministro.

Consulto a Câmara.

Foi concedido.

O Sr. Vicente Ferreira: - Não tenho dúvida em tratar dêsse assunto na ausência do Sr. Ministro da Marinha se V. Exa. tivesse a gentileza de lhe transmitir as minhas considerações.

O Sr. Presidente: - Tem V. Exa. a palavra para tratar de um negócio urgente.

O Sr. Vicente Ferreira (para um negócio urgente): — Como V. Exa. acaba de dizer, solicitei a presença do Sr. Ministro da Marinha por um dever de cortesia, porque, tratando-se de um assunto que ro quere urgentes providências do Executivo, o Ministério, embora demissionário, poderia aqui comparecer. Mas com a anuência de V. Exa. e da Câmara, eu vou fazer breves considerações.

O assunto de que se trata tem emocionado o sentimento público.

Sabe V. Exa. que três aparelhos da aviação marítima partiram de Amsterdão, não havendo notícia de Tini deles. Oxalá que as péssimas notícias que têm chegado sejam apenas falsas notícias, e que tenhamos o gosto de saber que o comandante Sacadura Cabral e o seu companheiro se encontrem sãos e recolhidos em qualquer parte.

Entrando no assunto em questão, que não encobre matéria política, devo dizer que tendo-se comprado os aviões parece que não se pensou no seu transporte, que depois se reconheceu que importaria em cêrca de 2:000-libras, e assim, para se poupar essa, quantia arriscou-se a vida de seis homens.

Sabe a Câmara que o comandante Sacadura trouxe o primeiro aparelho que chegou a Lisboa em boas condições, e que propôs ao Ministério da Marinha que os restantes viessem por via aérea; mas passou a época melhor dessa viagem e o resultado está-se vendo: o comandante Sacadura Cabral e a praça que o acompanhava consideram-se perdidos!

É necessário que as autoridades de Marinha tomem as mais urgentes providências para impedir que factos semelhantes se repitam.

A minha pregunta ao Sr. Ministro da Marinha resume-se no seguinte:

Que providências tenciona S. Exa. tomar para que os aparelhos possam vir sem correrem êstes graves riscos?

É esta a pregunta que eu peço a V. Exa. a gentileza de transmitir ao Sr. Ministro da Marinha.

Tenho dito.

Muitos apoiados.

O orador não reviu.

Foi aprovada a acta.

O Sr. Presidente: — Vai passar-se à

ORDEM DO DIA

O Sr. Carlos Pereira: — Peço a palavra para requerer à Câmara que entre já em discussão um parecer.

O Sr. Presidente: — Não posso dar a palavra a V. Exa. para êsse fim; o que posso é inscrevê-lo para amanhã antes da ordem do dia formular êsse requerimento.

O Sr. Presidente: — Vai ler-se, para entrar em discussão, o parecer n.° 816 sôbre a proposta de lei n.° 767-A.

Leu-se.

Parecer n.° 816

Senhores Deputados.— Compete à vos sã comissão de instrução especial e técnica apreciar a proposta de lei- n.° 767-A, vinda do Senado, nas suas relações com as actividades educativas do respectivo ramo.

A educação física necessita dos campos de jogos como meio de desenvolvimento e, por outro lado, o desportismo devidamente orientado constitui uma das suas aplicações.

De todos é conhecido o estado rudimentar da nossa educação física. Apesar dos reiterados esfôrços dos governos e do Parlamento não tem ainda a devida representação no conjunto das actividades escolares portuguesas. De entre os vários ramos de ensino é precisamente o ensino técnico aquele que mais implica e necessita uma educação física eficaz.

Ora no número dos obstáculos que o desenvolvimento da educação física depa-