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Sessão de 10 de Fevereiro de 1925 27

ria ter sido feito, nem ao exército nem à guarda nacional republicana, pois, se assim fôsse, os seus representantes legítimos, o Sr. Ministro da Guerra e o comandanto geral da guarda republicana, teriam, certamente, como militares briosos e distintos que são, chamado a atenção de quem tivesse feito êsse agravo.

Do que se trata é do uma eterna luta, da eterna disputa do Poder, o que não é de hoje nem de ontem, porque tem sido de sempre neste País, pois a verdade é que, se nós formos remontar às épocas mais afastadas da história, vemos que sempre em Portugal se manifestaram duas correntes, duas maneiras de ver, uma chamada avançada, que neste momento chamam esquerdista, e outra conservadora.

São estes, Sr. Presidente, os nomes, as designações que se dão, com propriedade ou sem ela, a estas duas correntes de opiniões.

A luta que neste momento se tem travado neste Parlamento é de sempre; é aquela que se chama da reacção contra o progresso.

Podem, Sr. Presidente, dar-lhe o nome que quiserem, mas a luta é esta, que existiu sempre, que continuará a existir, e que aliás existe em todas as nações.

Não se mede o alcance de derrubar êste Govêrno porque se pretendo lançar o País em mais uma perturbação.

Apoiados.

Essa acção é tanto mais criminosa (Apoiados), quando se pretende...

O Sr. Sá Pereira: - E, pelo menos, leviana.

O Orador: - Quando se pretende que essa perturbação seja feita com a guarda nacional republicana, corporação a que está confiada a defesa da República. Não o conseguirão ainda desta vez. Nem seria lógico que o fizessem sôbre uma quentão destas. Se as dificuldades que aqui se procuram criar fossem condicionadas dentro da Câmara, a questão pouca importância teria.

Mas o que é extremamente grave é que esta acção tem uma repercussão perigosa sobre todo o País.

Um Govêrno impedido de governar, um Govêrno impedido de cumprir o seu programa, um Govêrno impedido de actuar pelos seus actos para que ocupe as cadeiras do Poder, um outro que nada faça em benefício da República e, sobretudo, do povo português? É esta a situação, e não se iluda ninguém sôbre a gravidade do momento.

Vou terminar as considerações que estou fazendo, dizendo à Câmara que esta luta das oposições está deslocada neste momento, porque não serve o País, não serve o povo português.

Apoiados.

Sendo assim, o Sr. Presidente do Ministério, pelo contacto que teve com o povo, ouvindo sobretudo o povo republicano, concretizando depois essas aspirações no seu programa ministerial, de que se não afastou ainda, S. Exa. sabe bem que conta, como tem contado e como continuará a contar emquanto mantiver a atitude que tem tomado, com o aplauso de todo o povo, embora isso muito possa pesar às oposições.

Estabelece-se discussão entre o orador e vários Srs. Deputados.

O Orador: - É nestas condições que êste Govêrno, sabendo que conta com o aplauso do povo, pode aceitar êste debate; é nestas condições que êle não receia qualquer perturbação proveniente das afirmações que aqui têm sido feitas.

Sussurro.

Sr. Presidente: tenho a impressão de que, com excepção de meia dúzia de Srs. Deputados, se tanto, à Câmara não interessam no presente momento estas considerações, o não interessam porque todos têm já o seu voto comprometido. Toda a gente sabe já a maneira como irá votar as moções que estão na Mesa, e que não há palavras que possam já alterar êsse voto; no emtanto, parece-me que é necessário concretizar mais uma vez, repetindo aquilo que disse quando iniciei as minhas considerações.

Sussurro.

Sr. Presidente: eu pedia um pouco menos de sussurro para poder concluir as minhas considerações.

O Sr. Presidente: - Peço a atenção da Câmara.

O Orador: - Vou concluir as minhas considerações, dizendo à Câmara que não