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28 Diário da Câmara dos Deputados

houve, nem podia haver, agravo algum para o exército ou para a guarda nacional republicana nas palavras atribuídas ao Sr. Presidente do Ministério.

A acusação trazida a esta Câmara dizia apenas respeito à guarda republicana.

Mas o exército foi trazido aqui por um distinto militar, que, na, sua qualidade de oficial do exército, veio agora dizer que o exército se sentia agravado.

Demonstrei, porém, já largamente que o exército não se tinha sentido agravado.

Ninguém, individualmente ou com procuração do quem quer que seja, procurou o Sr. Ministro da Guerra para se mostrar agravado.

O próprio Sr. Ministro da Guerra, oficial distinto, não se sentiu agravado.

O comandante da guarda republicana, como representante da guarda republicana, não se sentiu agravado.

Para quem foi, pois, o agravo?

Quem se sentiu agravado?

Ninguém.

Trouxeram o agravo à Câmara, mas trouxeram-no não com o aspecto que lhe quiseram dar, duma defosa do exército, mas por mera e simples especulação política.

Vê-se, pois, que não houve nas palavras proferidas agravo; e mostra-se claramente das afirmações aqui feitas pelo Sr. Presidente do Ministério que êsse agravo não existiu.

Mas considerando ainda a frase aqui trazida, e aqui tantas vezes repetida, verificamos que esta frase de que "as armas não são para usar contra o povo", não pode envolver agravo para o exército, nem para a guarda republicana, encarregada da manutenção da ordem.

Se as palavras fossem outras, a acusação viria aqui da mesma maneira. E daqui posso concluir que, se o Sr. Presidente do Ministério nada tivesse dito, a acusação viria aqui por se haver calado.

Apoiados.

A acusação viria de nada haver dito em face dos acontecimentos que se tinham dado.

Apoiados.

Tudo tem servido para acusação ao Govêrno.

Apoiados.

Mas êste incidente deveria ser muito cautelosamente empregado como arma contra o Govêrno, visto a gravidade que pode revestir, e as consequências que daí podem resultar.

Concluindo, afirmo mais uma vez que reconhecemos, e eu na minha qualidade de militar reconheço, que nem o exército nem a guarda republicana, foram ou se sentiram agravados pelas palavras do Sr. Presidente do Ministério.

Nestas condições, não se compreende a atitude tomada por parte da Câmara, e traduzida na letra das moções mandadas para a Mesa.

Tenho dito.

Apodados.

Vozes:- Muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. Júlio Gonçalves: - Sr. Presidente: o jornal O Século, no seu relato da crónica parlamentar de ontem, escrevia em certa altura umas palavras pelas quais eu preciso pedir explicações, ou preciso explicar à Câmara o que julgo necessário.

Diz o Século:

Leu.

Não costumo falar de mim, creio mesmo ser a primeira vez que o faço, mas o precedente está aberto nesta Câmara.

Alguns Deputados que aqui têm falado, e bastante, têm-se referido à sua personalidade política e moral.

Permitam-me, pois, V. Exas. que a propósito de explicar esta frase do jornal O Século tenha de dizer apenas duas palavras da minha personalidade política, que é de um republicano de toda a vida.

Apoiados.

Não tenho, como o Sr. Agatão Lança, a quem estas palavras se referem, o peito constelado de medalhas, mas sempre lutei pela Republica.

Não tenho medalhas ao peito por lutas ingentes pela República, pela razão de que nunca as circunstâncias se prestaram, mercê da terra em que tenho vivido, a ser preciso que empunhasse armas em defesa da República.

Se o fôra, teria a República não um soldado tam valente como o Sr. Agatão Lança, mas certamente tinha em mim tam boa vontade como em S. Exa.

Por isto estranhei estas palavras do jornal O Século, que estou convencido não