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Sessão de 10 de Fevereiro de 1925 31

O Orador: - Se V. Exa. somar tudo, dá mais do que os 400.

Sr. Presidente: também não deixaria de mandar para a Mesa êste negócio urgente que seria consequência dos primeiros:

Leu.

O Sr. Cunha Leal: - Fui tudo isso, menos parvo!

Apoiados da direita.

O Orador: - Aqui, nestas palavras, não pode V. Exa. ver, nem delas pode V. Exa. concluir, que eu tenha V. Exa. como um parvo, porque isso seria a maior das injustiças contra V. Exa.

Evidentemente, V. Exa. não foi um parvo.

Precisamente por V. Exa. não ter sido um parvo é que eu escrevi aqui isto.

Parece-me que êstes negócios urgentes vêm a propósito.

Parece-me que vem a propósito o primeiro negócio urgente: "da impossibilidade do Partido Nacionalista subir ao Poder".

Efectivamente, o Partido Nacionalista é, como se vê através dos negócios urgentes que anunciei, uma mistura que me faz lembrar aqueles vinhos avariados, que é preciso lotar, para que o público os tolere no mercado.

O Partido Nacionalista tem um - permita-se-me esta expressão própria para vinhos - casco: o casco é o unionismo, e êsse casco predomina na receita aí em 80 por cento.

O unionismo, de negregada memória para a República...

O Sr. Moura Pinto (interrompendo}: - V. Exa. hoje está muito bravo!

O Orador: - Eu já lho vou demonstrar, e V. Exa. não é dos que têm menos quinhão.

O Sr. Moura Pinto: - Já cá se sabia isso!

O Orador: - V. Exa. entra em todos os negócios urgentes.

V. Exa. entra na invasão do domicílio do Sr. Afonso Costa e na sua prisão.

V. Exa. entra na miserável campanha...

O Sr. Moura Pinto: - Miserável?!

Nesta altura, produz-se um incidente entre o Sr. Moura Pinto e o orador, que obriga o Sr. Presidente a interromper a sessão.

São O horas.

As O horas e 45 minutos reabre a sessão.

O Sr. Presidente: - Está reaberta a sessão.

Espero e peço aos Srs. Deputados a maior serenidade.

Escuso de dizer outras palavras.

Continua no uso da palavra o Sr. Júlio Gonçalves.

O Sr. Júlio Gonçalves: - Sr. Presidente: lamento o incidente de há pouco, porque, ainda não muito antigo Parlamentar, mas já Parlamentar o tempo bastante para conhecer o meio em que estou e conhecer as pessoas e conhecer as responsabilidades dos Parlamentares, eu sou levado a, perante V. Exa. e a Câmara, lastimar o incidente, de que fui um dos protagonistas.

Lamento profundamente o facto de ter atingido com o meu gesto o Sr. Afonso do Melo, vice-Presidente desta Câmara.

Eu tenho por S. Exa. a mais elevada estima.

Considero-o, sem ofensa para ninguém, como uma das mais respeitáveis pessoas desta Câmara.

Daqui, peço desculpa ao Sr. Afonso de Melo, embora S. Exa. tenha compreendido bem que foi involuntariamente que o agredi.

Eu ia dizendo que o Partido Nacionalista, composto de várias correntes políticas, tem no seu seio figuras com grandes responsabilidades em muitos dos tristes acontecimentos, que já hoje pertencem à nossa história política.

Então declarava eu que o unionismo, hoje integrado no Partido Nacionalista, havia feito uma campanha contra a nossa intervenção na guerra.

Foi uma campanha miserável.

E assim me referi a uma campanha que apodei de "miserável", feita num jornal, que então se publicou, chamado