O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 18 de Fevereiro de 1925 13

normas constitucionais, passa à ordem do dia. - Almeida Ribeiro."

Sr. Presidente: antes de mais nada, deixe-me V. Exa. manifestar, como velho, relativamente, parlamentar que sou, o meu desgosto pela atitude que acabo do ver tomar um grupo numeroso de Deputados, abandonando os trabalhos desta Câmara.

Grupo constituído por parlamentares que à República têm dado a sua colaboração e sempre o sou afecto, de parlamentares que à vida parlamentar têm dado preciosa cooperação, de parlamentares conhecedores das necessidades nacionais, das necessidades do regime republicano, capazes do lutar pelas soluções mais adequadas a essas necessidades, a sua falta nas nossas sessões é sentida por todos nós; e nós, os que ficamos, não podemos deixar do lamentar que êssa colaboração nos falte e que a discussão que êssos parlamentares fariam dos problemas pendentes deixe de esclarecer êsses mesmos problemas, porque embora, com frequência, tenhamos divergido e continuemos a divergir em modos de ver pessoais a respeito de cada um daqueles problemas, não podemos, contudo, deixar de apreciar a utilidade, a vantagem, o superior proveito para o bom sentimento da vida nacional que essa colaboração representaria.

Não quero fazer a crítica da atitude que o Partido Nacionalista tomou nesta Câmara; outros Deputados, porventura, depois de mim a farão com mais autoridade do que eu. Quis apenas manifestar o meu pesar por êssa atitude tomada.

Sr. Presidente: excepcionalmente os meus correligionários quiseram dar-me a honra de eu traduzir perante a Câmara o seu sentir a respeito do novo Govêrno, e assim eu vou desempenhar-mo em rápidas palavras o de boa vontade desta excepcional e sempre honrosa incumbência, fazendo-o com a facilidade que resulta da convicção em, que estou, realmente, de que este Govêrno se constituiu segundo as boas normas constitucionais, e de que êle é composto por pessoas que conhecem bem, porque disso têm dado provas seguras na sua vida púiblica anterior, os problemas pendentes da vida nacional.

Sr. Presidente: Eu sei que a missão que êste Govêrno tem em frente é particularmente difícil neste momento, porque o actual Govêrno sucede a um outro que agitou na nossa vida nacional, na nossa vida política e parlamentar, ideas e problemas que têm o condão de apaixonar sempre vivamente não só os que fazem a vida do Poder Legislativo nesta Câmara e no Senado, mas ainda fortes núcleos da população do País e aqueles que seguem mais de perto os problemas mais transcendentes da vida nacional.

O Ministério transacto agitou, realmente, essas ideas e êsses problemas, apaixonando a opinião pública, e ainda bem que o conseguiu, porque não sei de nada mais deplorável e ruinoso para a vida de uma democracia que a indiferença do País perante um regime.

Apoiados.

Bem fez, pois, o Ministério que passou em agitar êsses problemas.

Isso mesmo eu tenho sentido e continuo a sentir; mas isso me obriga a reconhecer que a vida do actual Govêrno se torna, por tal motivo, mais dificil, pois tem de enfrentar os mesmos problemas e até procurar resolvê-los.

Estou porém convencido de que o actual Ministério saberá e poderá enfrentar com êxito a situação em que se encontra sob êste aspecto.

Apoiados.

O Sr. Presidente do Ministério actual nosso companheiro de trabalho, parlamentar de há muitos anos, pessoa conhecedora íntima de todas as questões nacionais, especialmente da financeira, é a garantia, por si e pelos colaboradoros que soube escolher, de que os problemas pendentes serão atacados e de que se lhes procurará as soluções mais adequadas.

Na declaração ministerial que o Sr. Presidente do Ministério há pouco leu à Câmara, começo por salientar a afirmação de que "será intransigente com a rebeldia e a desordem".

Sr. Presidente: não foi diversa a política do Ministério a que êste sucedeu.

Também êle, em circunstância alguma, se fez pregoeiro da desordem (Apoiados) nem perdeu a dignidade, a imparcialidade e espírito de conciliação necessários para dirigir superiormente a República, a política do País.

Por isso mesmo o actual Ministério,