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Sessão de 18 de Fevereiro de 1925 15

trará sempre a melhor vontade de que a sua acção ministerial e governativa seja cheia de proficuidade e possa representar na vida da República aquela continuidade que é necessária no estudo e solução dos problemas pendentes, e possa conseguir, Sr. Presidenta, não só a manutenção do prestígio das instituições republicanas, mas ainda também a prosperidade nacional.

Tenho dito.

Apoiados.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Vai ler-se a moção do Sr. Almeida Ribeiro.

Foi lida, admitida e posta em discussão.

O Sr. Carvalho da Silva (sôbre a ordem): - Sr. Presidente: cumprindo as prescrições regimentais, começo por mandar para a Mesa a seguinte moção de ordem:

A Câmara dos Deputados, reconhecendo que a solução da crise ministerial se deu com infracção da Constituição, e é prejudicial aos interêsses do País, passa à ordem do dia.

Sala das Sessões, 18 de Fevereiro de 1925. - Artur Carvalho da Silva.

Sr. Presidente: depois das declarações feitas pelo ilustre leader da minoria nacionalista, o Sr. Cunha Leal, não podia êste lado da Câmara, atendendo às suas relações de camaradagem com os seus colegas da minoria nacionalista, deixar de apresentar a S. Exa. os seus cumprimentos, lamentando a falta da sua companhia nos trabalhos parlamentares.

Mas, Sr. Presidente, a situação dêste lado da Câmara é bem diversa da que ocupava, e ocupa, a minoria nacionalista, nesta casa do Parlamento.

Ela é um partido da República e saía da sala porque, julgando-se com direito à partilha do Poder, lhe não tem sido reconhecido.

Nós, que consideramos que, dentro da República, é absolutamente impossível resolver o problema nacional, não podemos, de nenhuma forma imiscuir-nos em questões como aquela que o Sr. Cunha Leal expôs à Câmara.

Era gravíssima a situação do País, sob todos os seus aspectos, e ainda mais grave se tornou, ainda há pouco, pela maneira verdadeiramente inconcebível como o Sr. José Domingues dos Santos, com o seu Govêrno, se lançou numa verdadeira especulação política, desencandeando a questão social.

Sinto essa situação.

E, nós somos suficientemente patrióticos para pormos de lado vaidades políticas, a fim de se unirem todos aqueles que querem a ordem e a conservação da actual sociedade, a fim de, num bloco, unidos e fortes, se oporem à obra de demolição que tem sido levada a cabo pelos Governos da República, e, nomeadamente, pelo último.

Mas, Sr. Presidente, o Sr. Cunha Leal, em nome da minoria nacionalista declarou que só encontrava perfeitamente dentro da República, e, que ao Partido Democrático, que é o que por mais tempo tem ocupado as cadeiras do Poder, reconhecia os serviços por ele prestados á República.

E, esta declaração bastaria para que nós não pudéssemos ver com confiança, a acção política que oferece a minoria nacionalista.

Sr. Presidente: vai longa a experiência, e já por mais de uma vez os chamados conservadores da República têm tomado atitudes como aquela que hoje tomou a minoria nacionalista.

Mas, Sr. Presidente, não tardam depois as aproximações com o Partido Democrático, para aquilo a que chamam, todos juntos, a defesa da República.

Assim, tem sucedido sempre, e, consequentemente, a actual atitude da minoria nacionalista não é de molde a que nós possamos ver nela - e isto a despeito da consideração e admiração pessoal que temos por muitos dos seus membros - qualquer situação nova ou qualquer situação que, porventura, se não tenha já registado na vida da República.

Ditas estas palavras, que bem explicam a razão da nossa atitude ante o procedimento da minoria nacionalista, e visto que se nos apresenta aqui hoje um novo Govêrno, cabe-me o dever de, cumprindo velhas praxes parlamentares, apresentar ao Sr. Presidente do Ministério e aos Srs. Ministros os cumprimentos dêste lado da Câmara.