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Sessão de 2 de Março de 1925 23

cisão da maioria; e parece-me que já nos tempos da monarquia - tempos saudosos para S. Exa. - se procedia por forma idêntica.

De resto, se nesta questão alguém tinha direito a queixar-se seria talvez o Sr. Ministro das Finanças. A oposição é que nunca, porque não haverá parecer que melhor do que êste mostre a mais absoluta imparcialidade por parte das pessoas que o assinaram e que assim o fizeram:

Leu.

Um àparte do Sr. Velhinho Correia.

O Orador: - Creio que a questão está explicada, e agora peço ao Sr. Presidente o favor de me informar se está mais algum orador inscrito.

O Sr. Presidente: - Está inscrito o Sr. Presidente do Ministério.

O Orador: - Muito obrigado a V. Exa.

Pedi a palavra como relator e, se não estivesse mais ninguém inscrito, pediria a V. Exa. licença para expor, também, a minha opinião pessoal sôbre o assunto. Como, porém, está inscrito o Sr. Presidente do Ministério, espero que S. Exa. não levará a mal que aproveite êste ensejo para, em poucas palavras, apresentar as razões por que assinei êste parecer com declarações.

Por várias vezes tenho dito aqui, e em toda u parte o digo, que os problemas, por mais transcendentes que êles sejam, embora impliquem com a política partidária, embora representem modos de ver de um partido, devem ser sempre atacados com inteira franqueza, com inteira sinceridade, com inteira lealdade.

Questões desta natureza não podem de modo nenhum perder o ponto de vista técnico. Em questões desta natureza não poda haver política.

Encontrarão-nos em face de uma situação criada, de uma situação que tem de resolver-se e para a qual é preciso procurar cuidadosamente os remédios a aplicar.

Também já aqui tive ocasião de dizer que é preciso habilitar o Govêrno com os fundos necessários para pagar as cambiais do exportação.

E, já agora, permita-me a Câmara que eu tenha a imodéstia de lembrar que uma das pessoas que tiveram a honra de assinar a proposta de lei que deu ao Estado a percentagem das cambiais de exportação fui eu; e que, se essa medida de algum modo concorreu para a melhoria cambial, uma parte mínima dessa glória me deve caber.

É certo, Sr. Presidente, e já o ouvi dizer, que quando tive a honra de ser Ministro das Finanças, o câmbio tinha passado de 4 5/2 para 2 1/2.

É absolutamente certo, Sr. Presidente, que de então para cá o câmbio tem vindo baixando até a situação em que nos encontramos, melhoria essa que na verdade para mim ainda representa um ponto de interrogação, visto que eu não sei, Sr. Presidente, se o País foi na verdade favorecido com essa melhoria, ou se ela foi simplesmente enriquecer aqueles que já eram ricos, aqueles que conservaram os escudos depositados nos Bancos, ou aferrolhados em casa.

Nestas condições, Sr. Presidente, eu não sei realmente se será conveniente e útil para o País entregar a êsses indivíduos, que tiveram os seus valores inactivos, os 6.000:000 de libras.

Esta é na verdade uma opinião minha, da qual tomo, no emtanto, a inteira responsabilidade.

Eu entendo, Sr. Presidente, que nestas condições a única política que convém para um País que se encontra na situação em que o nosso se encontra, com ameaças constantes de revoluções e em que tudo serve de pretexto para estabelecera desordem nas ruas, é que o Govêrno declare que está pronto, e já é tempo para isso, a acabar com a guerra monetária.

A verdade é que eu não sei qual será a situação de todos aqueles que tenham prometido hoje pagar daqui a 5 ou 10 anos, ou de todos aqueles que tenham emprestado o seu dinheiro.

Eu pregunto, Sr. Presidente, se na verdade, dada a situação em que nos encontramos, em que a França por exemplo tem empregado todos os esfôrços para melhorar a sua divisa franco, é admissível que entre nós se pretenda criar ama caixa de conversão

Eu pregunto, Sr. Presidente, se na verdade entre nós qualquer empresa comercial, ou industrial poderá viver nestas circunstâncias, isto é, contraindo emprés-