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Sessão de 9 de Março de 1925 21

A reserva em que se pôs o Banco de Portugal, determinou o quererem tomá-lo de assalto.

Queriam lançar mão das refervas para queimá-las.

Por outro lado, deminuíu a procura de libras, porque só deixou do pagar aos portadores de títulos da divida externa muito ouro.

E, só V. Exas. forem observar êsses números no Ornamento Geral do Estado, lá encontrarão uma diferença de 700.000 libras a menos, que não se pagaram o ano passado, mas que se hão-de pagar nestes seis meses.

E tudo isto representa oferta maior de ouro, e, por conseguinte, menor procura.

E ainda eu não entrei na apreciação da substituição das vendas a pronto pelas vendas a prazo, porque, quando o câmbio começou a melhorar, não houve nenhum importador que lixasse câmbio, retardando os seus compromissos quanto os seus créditos lho permitiam.

Tudo isto, assim junto, traz algumas disponibilidades de ouro que se cifram em alguns milhões de libras.

Mas, daqui por diante, Sr. Presidente, não há mais prata para vender, nem mais conventos de religiosas a suprimir, nem tam pouco juros do títulos para reduzir, antes pelo contrário, há infelizmente êste ano a pagar muito mais trigo importado do que o ano passado, pois que o ano cerealífero foi mau.

Some V. Exa., Sr. Velhinho Correia, tudo isto. porque eu não quero fazer tal soma, por motivos que V Exa. e fàcilmente avaliará, e V. Exa. nos dirá se é possivel afirmar com verdade e sinceridade, seja onde fôr, mas principalmente nas páginas de um jornal como o Diário de Noticias, uma situação financeira como a que V. Exa. ali indicou que, desculpe-me V. Exa. não corresponde à verdade dos factos, como lhe acabo de demonstrar.

É bom que se não incuta desconfiança, mas é mau que se pinte a situação pela forma como o Sr. Velhinho Correia a pintou, porque podem acreditar nos seus números e voltar a uma política que se praticou em mento mais larga escala antes de nós termos aqui vindo para o Parlamento chamar a atenção do País para a situação política, económica e financeira da Nação.

O Sr. Velhinho Correia (interrompendo): - V. Exa. apresentou uma série de factos...

O Orador: - Em primeiro lugar, os números do Diário do Govêrno de que me servi para fundamentar as minhas considerações desmentem as observações do Sr. Velhinho Correia.

Em segundo lugar, o que eu estava apreçando agora mio era a situação do Orçamento Geral do Estado, mas a situação económica do pais, para demonstrar que os factores excepcionais que levaram à melhoria cambial êste ano, não se repetem no ano seguinte.

Bem pelo contrário, encontram-se prejudicados e contrariados por outros factores de superior importância.

Mas, Sr. Presidente, dito isto, não quero por mais tempo cansar a atenção da Câmara e vou dar por findas as minhas considerações, sem indo, como português, não poder perfilhar os optimismos do Sr. Velhinho Correia, porque se olhar com olhos de ver para a situação económica do país, para as receitas ouro, com que elo conta e para as despesas ouro a que tem de fazer face, os prognósticos, infelizmente, não podem deixar de sor de profundo pessimismo.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Velhinho Correia não fez a revisão dos seus àpartes.

É lida na Mesa a moção do Sr. Morais Carvalho.

É admitida.

O Sr. Carvalho da Silva: - Requeiro a contraprova e invoco o § 2.° do artigo 116.° do Regimento.

Procede-se à contraprova.

O Sr. Presidente: - Estão de pé 37 Srs. Deputados e sentados 25.

Está rejeitada a admissão da moção do Sr. Morais Carvalho.

O Sr. Tôrres Garcia: - Sr. Presidente: tenho a honra de enviar para a Mesa uma moção.