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10 Diário da Câmara dos Deputados

ros fez uma afirmação sôbre vinhos lisos que é para considerar,

S. Exa. disse que os vinhos lisos não podem do lacto entrar em França, afirmação esta com a qual eu não posso estar de acordo, pois, estou certo que êles entram o hão-de continuar a entrar.

O que eu posso garantir a V. Exa. e à Câmara é que os viticultores do Douro não estão fantasiando, pois a verdade é que o Douro tem a consciência dos seus deveres o sabe muitíssimo bem o que só tom feito até hoje, e por isso apresenta as suas reclamações, que são na verdade do toda a justiça.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiro conhece muito bem, como não podo deixar do conhecer, os factos que apontei à Câmara, e assim não pode nem devo admirar-se dos receios que as pessoas do Douro possam ter sôbre o assunto, pois a verdade é que êles sabem muito bom o que se tem feito até hoje.

Disso o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros que não era Ministro do unia região; mas ninguém lhe pediu semelhante cousa.

As reclamações que o Douro apresenta inspiram-se na defesa do interêsse nacional.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros disso que os vinhos licorosos, sem marca, constituem um produto nacional como qualquer outro, o que mio podia abstrair desta opinião.

Sr, Presidente: há tabelas de produtos, e, entro êstes, uns são de valor superior a outros, havendo alguns que o País tem maior interêsse em proteger, e foi a 6ste produto que eu aludi ràpidamente no fim das minhas considerações.

O Sr. Ministro dos Estrangeiros sabo muito bem que os vinhos do Pôrto não são um produto de interêsse meramente regional, e que, pelo contrário, êles representam na balança do nosso comércio, qualquer cousa como alguns milhões do libras.

Pregunto: qual é o outro produto que deve merecer mais a nossa atenção?

O Sr. Velhinho Correia (em aparte): - As conservas de peixe do Algarve são também muito importantes.

O Orador: - Sr. Presidente: o Sr. Velhinho Correia, falando nas conservas de peixe, não nos dá qualquer novidade, porque S. Exa. sabe muito bem que há pouco, quando falei, aludi aos quatro principais produtos do exportação, para os quais é necessário conquistar, todas as vantagens dos mercados externos.

Mas, na ordem das procedências, as quais não serão estabelecidas por mim, nem pelo Sr. Ministro, mas sim pelas estatísticas, há, na verdade, pontos a considerar.

Então os vinhos licorosos do sul e os vinhos lisos podem ter os meamos direitos que os vinhos do Pôrto?

Então V. Exa. quere comparar as situação de uma região que não podo ter outra cultura, com outras regiões que podem cultivar vários outros produtos?

Então S. Exa., que vem dos velhos tempos, em que o pensamento admirável do João Franco, renovando o do Marquês do Pombal, teve grande aceitação, argumenta assim?

V. Exa. para fazer com brilho a sua defesa não precisa de argumentar desta maneira.

Disse o Sr. Ministro dos Estrangeiros que, se não tivesse procedido ràpidamente, em relação ao acordo, o menos de que eu o acusaria, era do desleixo.

Ora S. Exa. está enganado, porque ou não acusou nunca ninguém do desleixo. Tenho acusado várias pessoas, mas por outros motivos, e não podia acusar o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros de desleixo senão quando realmente êle existisse.

Do resto, o mal do nosso País não é o desleixo. Somos todos excelentes rapazes, todos parentes e amigos uns dos outros, e por consequência eu não poderia nunca acusar por sistema.

O Sr, Ministro dos Negócios Estrangeiros, que é vigilante, que é atento às questões que correm pelo seu Ministério, e digo isto com toda a sinceridade, não pode ser acusado de desleixo.

Afirmou ainda o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros que não há perigo no modus vivendi.

Eu não sei se há ou não perigo. S. Exa. veio citar-me como exemplo a Inglaterra.

Sr. Presidente: a êste respeito devo dizer que, no exemplo do Sr. Ministro, trata-se de um mercado já feito, e neste caso trata-se de um novo mercado, que o