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Sessão de 17 de Março de 1925 9

O Orador: - Repito, creio bem que essa notícia não é verdadeira.

Disse mais o Sr. Nuno Simões que o norte diz que o acordo é mau, e que o sul diz também a mesma cousa.

Devo dizer a V. Exa. que ao meu Ministério ainda não chegou reclamação alguma, o não me parece que um ou outro protesto isolado que venha nos jornais sirva para se definir a opinião de qualquer das regiões.

Apoiados.

Os nossos vinhos podem ter competidor em preço, mas não o têm em qualidade.

Nós não estamos em presença dum contrato definitivo, mas dum modus vivendi. Aguardemos os factos, na esperança de que êles darão razão às altas entidades técnicas que nele intervieram, e eu espero ainda da boca do Sr. Nuno Simões a confissão de que concordará comigo e que as suas impressões pessimistas foram desmentidas pelos factos.

O Sr. Nuno Simões (aparte): Formulei êsse voto antes de V. Exa.

O Orador: - Folgo imenso com V. Exa., e devo ainda acrescentar que considero êste modus vivendi como o prelúdio dum tratado a fazer ou como um armistício. Não oculto que me inclino para a primeira hipótese, mas, se me enganar, porei mais uma vez toda a minha devoção patriótica e todo o meu esfôrço ao serviço da causa nacional, porque acima de tudo eu coloco sempre o cumprimento do dever.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Nuno Simões: - Sr. Presidente: não sei se poderei concluir as minhas considerações dentro do espaço regimental.

Vozes: - Fale, fale.

O Orador: - Ouvi a eloquentíssima defesa que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros acaba de fazer. Brilhantíssima pela forma literária e pela eloquência com que falou; mas parca e péssima defesa, com respeito à argumentação para responder a quem tinha concretamente exposto vários pontos de vista.

Não acusei S. Exa. de ter procedido fora da lei. Ouviu S. Exa. o Conselho de Comércio Externo, mas êsse Conselho não tem a obrigação de acertar sempre, e S. Exa. melhor do que eu o sabe, porque há muito se interessa pelos assuntos da nossa política.

S. Exa. começou por afirmar que desejava a reforma do Ministério, embora discordasse dos meus pontos de vista a êsse respeito.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Pedro Martins): - V. Exa. dá-me licença? A minha observação foi somente para confirmar o critério respeitante ao Ministério. Ao falar nessa reforma não quis senão fizer o princípio, mas quanto à organização é que poderia discordar.

O Orador: - Folgo muito em ouvir o Sr. Pedro Martins, e desejarei que S. Exa. se conserve naquele lugar para manter a sua opinião.

E eu poderei manter-me na obrigação em que me coloquei, de relatar um projecto que está no Ministério dos Estrangeiros, para ser presente ao Parlamento, e que deixei de relatar porque o Sr. Ministro dos Estrangeiros, antecessor de S. Exa., declarou que o melhor era fazer a reforma em conjunto.

Folguei muito com as declarações de S. Exa., não só quanto à reforma do Ministério, mas também porque S. Exa. mostra que muito em breve está habilitado a responder à interpelação que anunciei sôbre o assunto.

O Sr. Ministro dos Estrangeiros vai fazer uma política modelar, que é necessário fazer em relação aos nossos interêsses de exportação. Mas foi levemente injusto comigo quando se referiu ao facto de eu ter proferido as palavras "sugestão" e "pressão".

Poderia tê-lo dito; mas o que é certo ó que não pretendi, por minha parte, com essas palavras dizer que a sugestão tenha influído na resolução dêste assunto.

Não quis dizer que S. Exa. tinha parti pris contra o Douro.

S. Exa. sabe muito bem, porque me conhece, e muito melhor me conhece o Sr. António Fonseca, que não o podia ter insinuado.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangei-