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Sessão de 17 de Março de 1925 11

chauvinismo francês ha de procurar, através de tudo, combater.

Com respeito a vinhos lisos, a França vai buscá-los aonde lhe convém, o com respeito a vinhos licorosos não quere que se criem novas marcas e pretende criar aos vinhos do Pôrto todos os embaraços. Se é assim, não sei porque é que o Sr. Ministro empregou a palavra fantasia, a não ser que S. Exa. quisesse dar àquela palavra a elasticidade bastante para mo chamar bom rapaz...

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Pedro Martins) (interrompendo): - Nem um nem outro epíteto ou quis aplicar a V. Exa., merecendo, na boa intenção o primeiro!

O Orador: - Muito obrigado a V. Exa. Parece que o Sr. Ministro esta alheado da questão que se debato acerca das marcas num futuro mais ou menos próximo.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Pedro Martins) (interrompendo): - Como V. Exa. sabe esto modus vivendi tem um carácter provisório.

O Orador: - Eu não afirmei que o modus vivendi fosso ruinoso, mas que poderia trazer no futuro prejuízo para o vinho do Pôrto por uma concorrência que não podo ser indiferente a S. Exa.

Sr. Presidente: o certificado do procedência que acompanha o vinho só serve até à alfândega francesa.

Mas pregunto: - Onde está a nossa polícia de fraudes?

Depois de o vinho entrar em França para que servo o certificado do origem.

Sr. Presidente: devo dizer ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros que conheço o regulamento que S. Exa. invocou, porque colaborei nele, devendo acrescentar que o certificado tem um função magnífica, porque procura evitar a entrada, naquele país, do vinhos de outras qualidades e procedências. Do resto noutras circunstâncias não tem utilidade, o isto já foi invocado pelo Sr. Calem Júnior, pessoa muito prática e conhecedora destas questões, que em público afirmou poder o certificado servir até como instrumento de defesa em corrupções e falsificações.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros referiu-se depois ao meu receio sôbre os vinhos licorosos do sul, e disse que eu, conhecendo o terreno resvaladiço em que me encontrava, não chegara a formular o argumento.

Sr. Presidente: devo afirmar que formulei o argumento, mas para dizer que seria uma vergonha que, não havendo vinho para exportação, se fossem comprar vinhos licorosos em Espanha, destinados a êsse fim.

Então haveria cousa mais vergonhosa para nós do que isto? Não, Sr. Presidente.

O Sr. Ministro seguidamente referiu-se à situação perigosa que as declarações do Deputado francês Sr. Bartho poderiam originar, mas nada disso sôbre o projecto apresentado na Câmara francesa por osso senhor, quando era precisamente sobro êste ponto que desejava ouvir da parto do Sr. Ministro pelo menos aquelas palavras tranquilizadoras que a Câmara. se não podo deixar de dizer nesta altura.

S. Exa., depois, disso que não tinha recebido quaisquer protestos, o mal me iria a mim se visse a opinião do sul do País revelada apenas em qualquer atitude isolada.

Ora, Sr. Presidente, se o Sr. Ministro não recebeu quaisquer protestos, também não recebeu aqueles aplausos que, em ocasiões similares, foram dirigidos ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, e oxalá que êles apareçam, porque ó sinal de que há alguém contento.

Depois o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros - e aí S. Exa. não se esqueceu de que era o mostre que falava ao discípulo - disse:? Então o Sr. Nuno Simões já alguma vez conheceu o equilíbrio do relações comerciais entro Portugal e a França?

Não conheci, Sr. Presidente, mas o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros não podo deixar de reconhecer a impossibilidade do para lá mandarmos um hectolitro do vinho liso.

Então isto contribui para o equilíbrio das relações?

Sr. Presidente: a exportação de vinho para França rendou cerca de 94 milhões de francos, números êstes que foram fornecidos pelo Sr. António da Fonseca, pessoa a cujas qualidades do inteligência não posso deixar de prestar justiça.