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Sessão de 25 de Março de 1925 15

meu espírito a intenção de, por qualquer maneira, melindrar a Câmara.

O que mostrei mais uma vez foi a noção que tenho da absoluta urgência de se resolver êste problema, que eu, tal qual como o Sr. Paiva Gomes, não considero apenas o problema de Angola, mas, como já muita vez tenho aqui dito, talvez, com certeza mesmo, o mais grave dos actuais problemas nacionais.

Pelo facto do eu reconhecer a urgência da sua resolução e de ao fim de bastantes dias de silêncio ter vindo de novo afirmar que esta urgência existia e que é indispensável que o Govêrno do que faço parte, mas que não pode proceder sem cooperação do Parlamento, providencie de modo a resolver-se êste problema, não pode a Câmara acusar-me. É uma verdade que me impõe o dever de vir dizer, que não posso deixar de reconhecer que não fui incorrecto, fazendo mais uma vez essa afirmação do Parlamento.

S. Exa. interpretou também mal as minhas palavras, quando eu afirmei o meu amor por Angola.

Eu não disse que era o amor por Angola apenas, que me movia na minha acção de Ministro.

Falei no meu amor pela província para dizer que êle era bem conhecido nessa nossa possessão, e que por êsse facto e por ser lá reconhecida a sinceridade e o esfôrço de toda a minha alma que eu estou empregando para resolver êste problema, eu considerava que a circunstância de cessar de ser eu a encaminhá-lo, seria um facto de grave repercussão na província.

É muito diferente.

O que me move é o amor pelo meu País, e é por prever na falta de solução rápida dêste problema que eu ponho na sua solução todo o meu empenho de português.

Disse S. Exa. que apenas dois elementos eu considerava para a solução do problema: a obtenção de dinheiro e a existência de um Alto Comissário.

Rapidamente se desfaz êste equívoco, porque a Câmara terá certamente ainda presentes as minhas palavras, nas quais eu, analisando as frases do problema postas pelo Sr. Rêgo Chaves, disse que não eram êstes dois pontos só que eu entendia que se impunham e que procuraria pois abordar todos os outros aspectos.

Procurarei agora responder aos pontos concretos abordados pelo Sr. Paiva Gomes.

Peço desculpa até do facto de ontem não ter podido responder a todos os pontos abordados por S. Exa.

Esgotei todo o tempo que restava da sessão, procurei ser o mais rápido possível, mas tinha de responder a tantos pontos versados não só por S. Exa., mas por muitos Srs. Deputados, que me vi na impossibilidade de responder a todos, dando preferência, como era natural, aos que mais directamente se relacionavam com a proposta de lei.

Referiu-se S. Exa. à renda da circulação fiduciária, nas colónias de moeda privativa.

Devo dizer a S. Exa. que não conheço êste processo.

Estou há pouco no Ministério das Colónias e lá existem tantos processos pendentes e tam importantes, tam graves, que não admira que alguns deles sejam ainda por mim desconhecidos.

Vou procurando, de dia e de noite, pôr--me a par dos problemas da minha pasta, mas só com o tempo isso será possível.

Êste assunto tem muita importância.

Se S. Exa. deseja que eu lhe diga antecipadamente qual a minha opinião sôbre êle, eu direi: a renda deve ser paga na própria moeda em que é feita a circulação.

Tudo quanto não seja isto, é deixar mal acautelados os interêsses do Estado.

S. Exa. referiu-sé ainda à falta de um vogal de Angola no Conselho Colonial.

Era assunto que também estava ignorando e de que vou ocupar-me.

Falou também no facto de o Alto Comissário exercer a sua autoridade fora da área da colónia.

Sôbre êste ponto repetirei o que já tenho dito, que entendo que essa autoridade deve ser exercida na colónia apenas e não fora dela.

Referiu-se também a aumentos de circulação.

Do meu tempo encontro apenas um pedido nesse sentido para Cabo Verde.

O que se tem passado nas gerências anteriores, não sei.

Com respeito ao pedido de Cabo Verde, nada autorizei ainda, em primeiro lugar por que o assunto não se apresenta inteiramente claro, havendo sôbre a necessidade dêsse aumento opiniões opostas,