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10 Diário da Câmara dos Deputados

Também eu o tenho; mas não invoco êsse sentimento em debates desta natureza, porque se estivesse a invocá-lo, então quereria que cada um defendesse Angola conforme o seu critério, como eu sigo o num segundo a minha consciência.

Julgo que é êsse o meu direito e que estou na melhor posição,

Não o estarei porventura?

Não se terá passado muito tempo sem que tenhamos a prova provada do que digo,

Diz S. Exa.: "Angola está em crise; é preciso que lho acudam, e quem lhe pode acudir é a Metrópole."

0 que precisa Angola?

Dinheiro e um Alto Comissário; e nestes dois remédios encontra S. Exa. a solução do problema.

O dinheiro é pouco, mas é alguma cousa,

Certamente, o Alto Comissário também é alguma cousa; mas necessitamos saber primeiro qual a importância de que Angola necessita honestamente, é claro, na acepção verdadeira do termo.

Não basta que mandemos um Alto Comissário para Angola no primeiro vapor, que tenha capacidade para tanto.

É preciso também que habilitemos êsse alguém suficientemente, que o apetrechemos e o coloquemos em condições bastantes para acudir a Angola.

O problema de Angola deve ser encarado sob o ponto de vista financeiro e há que exigir uma melhor aplicação das despesas. Há que fazer obra sob o ponto de vista bancário.

Mas eu bem sei que não devo fatigar a Câmara; mas como parlamentar tenho o direito do pedir ao Sr. Ministro dás Colónias que me diga a sua opinião a êste respeito.

O Alto Comissário, todos o sabemos, fracassou. Todos o reconhecem; e até as opiniões mais desencontradas nesse ponto estão conformes.

Um pouco tarde, talvez fora de tempo, algumas vozes respeitáveis se levantaram a defender a obra do Alto Comissário Norton do Matos.

Desculpem êstes reparos, esta estranheza, mas achava melhor que essa defesa ao fizesse quando neste Parlamento, por uma forma menos cautelosa, que excedeu todos os limites-forma agressiva e injusta -o Alto Comissário de Angola Norton da Matos foi atacado.

Apoiados.

Nessa altura...

O Sr. Brito Camacho: - Estava presente o Alto Comissário . ..

O Orador: - Nessa altura todos os mais emmudeceram . . .

O Sr. Brito Camacho: -V. Exa. tem razão em parte. Nessa altura, porém, S. Exa. estava presente para defender-se.

O Orador: - Mas, pelo menos duas vezes, a questão foi debatida na sua ausência,

Estabelece-se diálogo entre o Orador e, o Sr. Carneiro Franco.

O Orador: - Sr. Presidente: tenho a notar que o Sr. Ministro das Colónias não respondeu a algumas preguntas que eu formulei.

Uma das preguntas que S. Exa. deixou sem resposta foi a que ou fiz sôbre qual era o capital realizado da Companhia do Bengo.

Tenho desejo de o saber.

É legítimo, é natural que sintamos a necessidade de conhecer a capacidade de qualquer entidade a quem queiramos financiar.

Não podemos estar a aplicar a Angola dinheiro a esmo. Parece que estamos a nadar em dinheiro. Se voltarmos o saco e cair algum, pouco será. E é optimismo dizer que poderá cair algum.

Não é de boa administração pegar em 34:000 contos e distribuí-los do maneira que amanhã, nada encontraremos.

Não servem do exemplo os erros passados ?

Também desejo que o 8r. Ministro das Colónias, em tudo aquilo que não vá em prejuízo de quaisquer reservas diplomáticas, me diga o que há sôbre a magna questão da delimitação de fronteiras do sul de Angola.

Igualmente desejo saber que despacho foi proferido sôbre o processo relativo à renda que o Banco Nacional Ultramarino deve em relação às colónias e em que a moeda é expressa em rupias e patacas.