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14 Diário da Câmara dos Deputados

Esta determinação foi deduzida do estudo que segue.

Pelo contrato de 25 do Abril do 1895 a Companhia acoitou o pagamento de rendas fixa o complementar calculadas em função da sua produção em caixas de fósforos.

Pelas contas da comissão de finanças verifica-se que nos primeiros anos o pagamento ao Estado dessas rendas representava uma comparticipação do 25 por cento no valor bruto das vendas da Companhia, e que o sou elevado quantum não prejudicou o desenvolvimento económico e financeiro da empresa.

Os preços contratuais dos fósforos oram de cinco róis por caixa para os chamados fósforos de enxofro, que deviam ter 60 milímetros do comprimento e 2 milímetros de diâmetro o deviam ser vendidos em caixa contendo 50 a 60 fósforos, e de dez róis para os fósforos de segurança ou amorfos, com as mesmas dimensões dos anteriores, e para os fósforos de cera, que deviam ter 35 milímetros de cumprimento o também 2 milímetros do diâmetro.

Se nestas condições a Companhia pode suportar as rendas, que se traduziam na alta percentagem sôbre as vendas que já referimos, hoje está em muito melhores condições para as sofrer. E senão vejamos:

1.° A produção dos fósforos aumentou e em maior progressão do que aquela que aponta a comissão de finanças. A Companhia devo fabricar 220 caixotes de 3:600 caixinhas por dia, o que dá 237.600:000 caixinhas por ano.

2.º Os antigos tipos do fósforos desapareceram o hoje no mercado só sé encontram fósforos a $20 a caixa, preço que significa uma actualização de 40 a 20 vezes dos preços do contrato. A actualização existe, o, em média, é superior à desvalorização do escudo.

3.° O número de fósforos por caixa deminuíu para os limites míninos inscritos no rótulo das caixinhas, nem sempre atingidos, embora nunca excedidos. Representa isto facto uma subida de preço que orça em média por 20 por cento.

4.° Apesar de estar defendida pela actualização o pela deminuição do número do fósforos por caixa, a Companhia aproveitou o ensejo, alegando o aumento do custo das matérias primas, da mão de obra, etc., para modificar os formatos e tipos dos fósforos, empregar matérias de menor valor, baratear a embalagem, e muitas outras combinações de ordem técnica.

5.° O êxito destas combinações ora sempre e uniformemente garantido pelo uso simultâneo dos artigos 1.° e 2.° do capítulo 1.° das suas contas, e que respectivamente se referem a "assinaturas, anúncios e publicações" e "donativos e gratificações". É surpreendente o poder anestésico destas rubricas. Adiante! Como diria a nossa comissão de finanças.

6.° No tocante à substituição de matérias primas, é de crer que a Companhia, à maneira espanhola, tivesse substituído o clorato de potássio polo bióxido do manganês; a cera e parafina por resinas, carolo, barita, gesso o torra fóssil; o choupo da Rússia pelo pinho nodoso do país, etc., etc. Deixou de usar cartolina e papel nas caixinhas e, portanto, as gomas e dextrinas; reduziu extraordinariamente as dimensões dos pavios e fô-lo vagarosamente e com prudência: hoje um aperto de uma décima de milímetro nos micrónietros das fieiras, amanhã um milímetro a monos no comprimento.

O duplo decímetro da fiscalização não dá por isso e... calcule-se o valor destas migalhas milimétricas em quilómetros e quilómetros de pavio que hoje tom um aspecto filiforme o arde quási instantaneamente. Mas nunca se viu uma campanha contra os fósforos! Os artigos das contas da Companhia que já referimos tudo concertam. Sondo a química uma sciência essencialmente combinatória e sabendo-se que no armazém gera) de uma fábrica de fósforos regularmente montada deve haver mais de 80 espécies de matérias primas, desde o acetato do chumbo até o alúmen, do bicromato de potássio ao nitrato de chumbo, do óxido de zinco ao azul da Prússia, do ácido azótico ao zarcão, da cora até as parafinas, gomas e dextrinas, da carnaúba ao carolo, gesso o barita, etc., etc., nada há que admirar nas habilidades postas em prática.

Tudo isto, e o muito mais que há-de ser exposto à Câmara de viva voz, serve