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Sessão de 3 e 4 de Abril de 1925 11

É o próprio Govêrno que quere prejudicar a discussão da questão dos fósforos?

Uma voz: - Não se exalte tanto.

O Sr. Carvalho da Silva: - Peço a V. Exa., Sr. Presidente, que consulte a Câmara nos termos regimentais.

O Sr. Presidente: - Em virtude de se ter manifestado discordância na Câmara, tenho de a consultar, Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, para V. Exa. poder continuar a asar da palavra.

Os Srs. Deputados que autorizam...

O Sr. Carvalho da Silva (sobre o modo de votar): - Sr. Presidente: V. Exa. sabe que no dia 25 dêste mês termina o exclusivo da Companhia dos Fósforos o que para desgraça do País êste assunto mio foi abordado há mais tempo, como devia ser, pelo Parlamento.

Sabem também V. Exa. e a Câmara que o Sr. Presidente do Ministério aqui tem vindo declarar que não se devem preterir os assuntos dados para ordem do dia, para se discutirem quaisquer outros.

Ora eu entendo que o assunto tratado pelo Sr. Joaquim Ribeiro é um daqueles, sem que com as minhas palavras queira apreciar o procedimento do funcionário em questão, porque quero apreciá-lo com a largueza necessária, que podem esperar alguns dias.

Entendo mais que uma questão, em que está em jôgo o bom nome do País, perante as outras nações, deve ser tratada com toda a amplitude e não apenas por meio de um negócio urgente.

Sei que o Sr. Joaquim Ribeiro não tem responsabilidades no caso, porque tinha anunciada uma interpolação, o que, se tratou o assunto em negócio urgente foi para satisfazer os desejos do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, mas êste deve saber que não se deve impedir ninguém de tratar do assunto largamente, sem contudo com isto se prejudicar a questão dos fósforos, que é uma questão fundamental.

De resto, há tanto tempo que a interpelação do Sr. Joaquim Ribeiro foi anunciada e o Sr. Ministro dos Estrangeiros não se mostrou com pressa de tratar dela senão agora.

Por consequência, desejo formular um requerimento para daqui a pouco ser votado, e êle consiste em que a Câmara permita a generalização do debate, mas só depois de a questão dos fósforos estar tratada.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Pedro Martins) (sobre o modo de votar): - Sr. Presidente: não tenho quaisquer responsabilidades em que o assunto tivesse sido tratado em negócio urgente.

Tendo-me sido enviada uma nota de interpelação sôbre o mesmo, imediatamente a aceitei. Não pretendo esquivar-me ao debate parlamentar sôbre qualquer cousa do meu Ministério. Logo, as palavras do Sr. Carvalho da Silva foram injustas.

Devo também dizer que me sujeito a qualquer deliberação da Câmara, mas esclareço a de que uns vinte minutos me bastarão para acabar de tratar do assunto.

Evidentemente que o Govêrno tem interêsse em que a questão dos fósforos seja resolvida, e, se o não está, ainda, não é por culpa sua, visto que há muito tempo apresentou a questão ao Parlamento, e nisto não vai censura a ninguém.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Sôbre o modo de votar, está-se fazendo uma discussão que só serve para tirar tempo à discussão do assunto principal, e eu peço aos Srs. Deputados que resumam as suas considerações, a fim de que a Câmara possa tomar uma resolução.

Ainda estão inscritos, sôbre o modo de votar, os Srs. Sá Cardoso e Tôrres Garcia.

O Sr. Sá Cardoso (sobre o modo de votar): - Sempre que, como agora, uso da palavra sôbre o modo de votar, limito me a fazer considerações que só ao modo de votar dizem respeito, não fazendo, portanto, com que a Câmara perca tempo. Nestas condições, julgo que não me atingem as considerações que V. Exa. acaba de fazer.

Se pedi agora a palavra sôbre o modo de votar, foi simplesmente para dizer à Câmara que não me parece haver incon-