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Sessão de 3 e 4 de Abril de 1925 23

preconizada por Tailleur e seus discípulos, e deve, portanto, ser um pessoal contra indicado para continuar a trabalhar. Nestes termos é natural ou conjugando as duas bases ou modificando a redacção da base 14.ª deve claramente consignar-se que aos operários actuais da indústria dos fósforos devem ser garantidas, pela entidade que ficar, as regalias que actualmente têm.

Sr. Presidente: tenho assim terminado o exame que me propus fazer à proposta, e, como V. Exa. vê, a minha moção está de acordo com a maneira do ver de qualquer das propostas, porque o nosso objectivo é encontrar uma fórmula, a necessária harmonia para a exploração da indústria entre as entidades a constituir, o Estado e os operários.

O Sr. João Camoesas teve uma fórmula feliz, e pelo projecto que vi publicado na imprensa de hoje tive ocasião de verificar quê êle é interessante como base de estudo mas, como vai apreciar se outro contra-projecto da autoria do Sr. Portugal Durão, e como vão ser apresentadas números das emendas à proposta do Sr. Ministro das Finanças, das quais resulta quási uma contraproposta, veja V. Exa., Sr. Presidente, quanta razão eu tinha para chamar a atenção da Câmara sôbre a forma como vai ser feita a discussão na especialidade.

Sr. Presidente: suponho bem que vai ser a confusão máxima; como isso, porém, é para ver depois, vou terminar as minhas considerações, com uma referência à régie, que eu sei ter defensores nesta Câmara.

O Sr. Tôrres Garcia (interrompendo): - V. Exa. dá-me licença?

Antes de V. Exa. terminar as suas considerações, desejava ler-lhe um mapa da Companhia sôbre os materiais para a fabricação dos fósforos.

Diz assim:

Leu.

Já V. Exa. vê que, quando eu afirmava que as matérias primas visadas na indústria dos fósforos, em Portugal, eram de origem estrangeira, dizia uma verdade.

Não fui eu quem inventou êste mapa. Pelos dizeres que estão escritos no cabeçalho, deve aceitar-se como um documento autêntico.

O Orador: - Não posso reproduzir as afirmações que o Sr. Tôrres Garcia fez ainda agora, quando declarou que era de oitenta o número dos ingredientes que vinham do Estrangeiro em parte e que existiam em depósito nos armazéns da Companhia dos Fósforos para a manipulação dêstes.

Uma parte dêsses ingredientes vinham do estrangeiro, disse S. Exa. porque eram mais baratos.

Isso, porém, não quere dizer que uma grande parte não pudesse ser adquirida no País Português e colónias, a carnaube por exemplo, que é uma cera especial, de origem vegetal, e que eu conheço por tê-lo visto já na origem.

Com respeito à régie creio que tinha muitos defensores.

Desapareceram, êsses defensores; primeiro, porque as experiências, como acentuo na minha moção, da administração directa do Estado, tiveram como resultado a falência completa.

Isto não se dá só em Portugal mas nos países estrangeiros.

Sôbre o assunto, ouso chamar a atenção da Câmara para o que se passa na América do Norte.

E mais que suficiente para convencer todos aqueles que ainda esperam uma boa administração do Estado.

Leu.

Aqui têm V. Exas. como na própria América isto se passou com os caminhos de ferro, durante a guerra, e com os transportes marítimos.

Em França acontece o mesmo, e em Inglaterra, onde a administração dos Transportes Marítimos foi entregue à Companhia Ship Board.

Portanto, está assim posta de parte, segundo creio, a hipótese da administração pelo Estado, e cujos resultados são flagrantes.

Não posso, portanto, admitir que nos vamos meter em semelhante empreendimento.

Creio ter fundamentado a minha moção, que entendo deverá merecer a aprovação da Câmara.

Tenho dito.

O orador não reviu.

É lida na Mesa a moção do Sr. Jaime de Sousa e admitida, ficando em discussão.