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28 Diário da Câmara dos Deputados

mais exactas possíveis e eu sinto que nem sempre, tais bases, traduzem a verdade dos factos.

Relativamente ao número do caixotes o caixinhas, encontro eu uma pequena diferença, visto que, tendo feito os meus cálculos, cheguei à seguinte conclusão:

Leu.

Não ô lícito, portanto, supor, Sr. Presidente, que a produção dos fósforos aumente, visto que a Companhia não os poderá exportar para o estrangeiro, podendo exportar semente para as colónias e ilhas.

O Sr. Tôrres Garcia (interrompendo): - Desculpe-me V. Exa., mas há outras circunstancias a ponderar, como, por exemplo, a qualidade dos fósforos. Desde que a qualidade melhor, o consumo há-de aumentar.

O Orador: - Êsse aumento, a meu ver pode provir não só dessa circunstância, como também do aumento do população e ainda do aumento do exportação.

A circunstancia de a Companhia modificar, o tamanho, a qualidade e a quantidade de fósforos, é do lacto uma causa de aumento do produção e principalmente de lucros para ela.

É de notar que reduzido a 40 o número do fósforos em cada caixinha, se em cada caixa houver quatro fósforos, som cabeça, ou duplicados, isto é dois palitos com uma só cabeça, média de fósforos inutilizados, que não é de estranhar isso representa um déficit para o público do 10 por conto, que feitos os cálculos representa um lucro anual de 3:900 contos, ou um aumento do produção equivalente.

Quanto ao aumento da população, se se fôsse admitir como aumento anual e constante, o número que, em média, representa o aumento da produção de fósforos, e daí inferíssemos que a população aumentara proporcionalmente, onde iríamos parar!

E o facto é que as estatísticas não nos indicam êsse espantoso aumento de população.

A razão aritmética que a comissão de finanças indica é uma média de um certo número de anos, 18 ou 20 se não me engano, do aumento da produção de fósforos.

Querer estabelecer uma progressão na pradução dos fósforos o concomitantemente tirar conclusões para a uniformidade e constância do aumento da população, julgo que não está certo e por isso não aceito senão em parte, os números deduzidos pela comissão de comércio e indústria.

Entre o orador e vários Srs. Deputados estabelece-se uma larga discussão impossível de estenografar.

O Orador: - Eu não defendo nem ataco o regime do monopólio. Simplesmente não compreendo o horror que a maioria da Câmara manifesta contra essa forma de exploração de indústrias, quando é certo, que é ela mesmo que tantas vezes tem recentemente aprovado a concessão de monopólios, como ainda há pouco aconteceu com o monopólio concedido à casa inglesa Marconi, para a exploração de telegrafia sem fios.

Se o horror efectivamente existisse, nunca se deveria conceder qualquer monopólio grande ou pequeno.

Mas o problema dos fósforos, quanto a mim, é tudo quanto há de mais fácil. Não vejo aquelas extremas dificuldades que tanto se apregoa, a não ser talvez as do carácter moral.

Tecnicamente, dêem-me dados,, estatísticas o eu que nada valho vou pôr o problema em equação imediatamente o resolvido ficará o assunto.

Portanto, tecnicamente não vejo onde esteja a transcendência do problema.

Financeiramente, não vejo que o problema possa trazer ao Estado uma grande renda que sirva para equilibrar o Orçamento ràpidamente.

Assim, não vejo também por esto lado nada de grandioso no assunto.

Socialmente, trata-se de fazer fósforos, o isso, perante o avanço actual da sciência, não tem nada de extraordinário. O Sr. João Camoesas falou-nos aqui do Farjol e de Tayllor, dizendo cousas maravilhosas sôbre o funcionamento das indústrias, no sentido de ligar o trabalho e o capital de uma forma scientífica, de molde a dar o maior rendimento.

Já em tempo o Sr. Pires Monteiro aqui nos falou em Farjol a propósito do orçamento do Ministério do Trabalho e da forma como deve ser organizado o trabalho no nosso País.