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Sessão de 3 e 4 de Abril de 1925 29

Ora eu lembro-me de que quando ora estudante da Escola do Exército, sem conhecer o Farjol, nem Tayllor, já me ensinavam a maneira de aplicar o trabalho scientífico, ao movimento de terras em aterros e desaterros, nos trabalhos do fortificação e tudo isto, de modo a obter o melhor rendimento; o quando depois estudei alguma causa do engenharia, lá fui encontrar, para a construção de estradas, êsse mesmo princípio da divisão das terras.

O Sr. João Camoesas: - Isso é tam antigo que já vem do tempo de Adão e Eva.

O Orador: - Afinal, pode dizer-se que não há nada de novo neste mundo, e felicito Adão e Eva pelos seus conhecimentos scientíficos.

Esta. cousa que se chama a sciência, é uma cousa que já vem muito do traz, e que são poucos se vai acumulando na sucessão dos séculos, dando-nos hoje uma síntese, maravilhosa, deslumbrante, que é a moderna sciência.

Quando julgamos que uma descoberta é muito recente, vem a averiguar-se que já existia nos tempos antigos, ainda que sob outras formas, mais elementares e reduzidas.

Finalmente não tenho a fobia do monopólio.

A Acção Republicana não tem medo de monopólios, simplesmente os quere rodeados daquelas cautelas o cuidados, de modo a que o Estado e a colectividade não sejam prejudicados.

Ainda que por uma forma rude ou creio ter mostrado à Câmara a atitude da Acção Republicana desempenhando-me como pude do encargo com que ela me honrou.

Todos os números sôbre os quais assentam os cálculos feitos são variáveis, não valem nada porque afinal de contas as circunstâncias de futuro é que os hão-de determinar.

Parece que estamos todos a pressupor que a companhia que está é a que fica, quando afinal de contas pode haver outras entidades que queiram aceitar êstes princípios.

O Sr. Nuno Simões que é um dos nossos colegas que mais só tom imposto à nossa consideração pela sua inteligência, qualidades de trabalho, sinceridade e correcção, referiu-se a esto assunto colocando a questão, segundo o meu entender, no seu verdadeiro pé.

Eu fiz parte de uma comissão encarregada de estudar o futuro regime dos tabacos. Essa comissão ainda reuniu e assentou as bases de um sério estudo, para fixar as futuras normas do regime dos tabacos. Por intermédio das legações mandou vir livros concernentes aos regimes estrangeiros e procurava obter estatísticas completas, para bem orientar o seu estudo.

Em certa altura, o presidente da Comissão, falando com o Ministro das Finanças, sôbre os trabalhos dessa comissão, o Ministro Sr. Pestana Júnior disse-lhe, mostrando-lhe uns linguados de papel, que não precisava dêsses trabalhos, porquanto já tinha ideas formadas sôbre o assunto e que as ia apresentar à Câmara dos Deputados concretizadas em uma proposta.

Ê claro que a comissão, nunca mais se reuniu nem continuou os seus trabalhos.

É preciso resolver o problema e para isso são precisos elementos que a comissão pode dar.

Se não julgo de grande monta, económica o financeiramente o problema dos fósforos, outro tanto não digo do dos tabacos, que êsse é o assunto do grave importância, pela influência enormíssima que deverá ter no saneamento das nossas finanças.

Mas quer num, quer noutro caso, maís uma vez a Câmara se prestigiará, estudando, discutindo votando a solução a dar a êsses dois problemas, em volta dos quais os que, lá fora, têm por costume apodar os políticos de desonestos, de mandriões, e não sei que mais, hão-de ver, que nós pusemos toda a nossa devoção, inteligência e critério, para assegurar os sagrados interêsses da colectividade.

Tenho dito.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Pedro Martins): - Pedi a palavra para sôbre o assunto em discussão expor o pensamento do Govêrno.

Na discussão, na generalidade, definira-se princípios gerais e estuda-se a oportunidade da proposta.

Nesta questão há que atender a vários interêsses, sejam os do Estado, os da ín-