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36 Diário da Câmara dos Deputados

O Orador: - Está certo. Confere. Isto é uma estatística fornecida pelo Comissariado.

Vamos por partes.

Leu.

O Sr. Tôrres Garcia pega num número que ao acaso encontrou no ano de 1918 e sôbre êle borda considerações.

Pega depois noutro número que a comissão de finanças lhe forneceu e borda mais considerações.

Ora o número 123 milhões é um numero de excepção. Vejamos.

Leu.

Não há progressão,

Aqui e que falha a matemática do Sr. Tôrres Garcia.

Estabelece-se diálogo, em que intervêm os Srs. Nuno Simões, Tôrres Garcia e o orador.

O Orador: - Estamos a confrontar números.

Desejava aligeirar o debate, porque sei que V. Exas. a esta hora estão ansiosos por que eu termine.

Apoiados. Não apoiados.

Não estou a pretender coarctar direitos.

Dizia eu que não há modo do tirar conclusões senão pelos números.

Leu.

O Sr. Presidente: - Por mais esfôrços que faça não consigo seguir a tinha dos raciocínios que V. Exa. está fazendo.

O que poço a V. Exa. é que, quando terminar êsse raciocínio, me diga, porque desejo interromper a sessão para a reabrir depois.

Pedia, pois, a V. Exa. que me avisasse...

Chamo a atenção da Câmara... A maneira como está decorrendo o debate não me permito segui-lo de forma a inteirar-me do que se está dizendo. Peço, por isso, aos Srs. Deputados que na1 o estabeleçam diálogos.

O Orador: - Dizia eu que a Câmara está em presença de dois elementos: um, derivado dos cálculos e conjecturas do ilustro Deputado Sr. Tôrres Garcia, relativamente à produção do 1918, que foi excessiva, mas que S. Exa. considera mínima, de 180 milhões confessados pela Companhia; outro, derivado dos números fornecidos oficialmente e que estou convencido merecem todo o credito, visto que são fornecidos por funcionários do Estado que, creio, tam tanta honorabilidade como nós republicanos de sempre, homens de bem, homens do carácter, e que, portanto, não iam falsear êstes números, porque o caso era grave, era tam sério que só tinha uma punição condigna: era levá-los à Penitenciária. Êstes números são fornecidos oficialmente pelos Comissariados...

O Sr. Nuno Simões: - Mas quem os fornece aos Comissariados.

O Orador: - E o próprio pessoal do Comissariado.

O Sr. Nuno Simões: - Mas os tabacos também tinham essa fiscalização o...

O Orador: - Essa questão dos tabacos ainda está muito verde. Eu discutirei o assunto a seu tempo.

Dizia eu que êstes dados são fornecidos oficialmente. Junto do cada fábrica funciona uma fiscalização própria, permanente, periódica, que faz a verificação, dia a dia, de toda a produção armazenada.

Essa fiscalização podia entrar em todos os escaninhos das fábricas e, se os números não estiverem, exactos é porque houve fraude.

Mas, reparem V. Exas., que, assim como prezamos a nossa honra, devemos também prezar a honra alheia, e, por isso, muito cuidado neste assunto, para que depois, por um inquérito, não se venha a apurar que não houve fraudo nem escândalo. Isto é grave, é delicado o importa muito escrúpulo.

Chegado a esto ponto, acabei o meu raciocínio, por emquanto.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Interrompo a sessão para recomeçar às 15 horas.

Fica com a palavra reservada o Sr. Paiva Gomes.

Está levantada a sessão.

Eram 2 horas.