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48 Diário da Câmara dos Deputados

Na base F diz-se o seguinte:

Leu.

Eu pregunto se esta fórmula não abrange todas as matérias primas empregadas no fabrico dos fósforos.

Nesta alínea figura a farinha, o choupo, o clorato de potássio, o cartão e até a trama.

O Sr. Américo Olavo (àparte): - Parece que V. Exa. está propositadamente a não deixar votar esta questão antes das férias da Páscoa.

O Orador: - É interessante...

O Sr. Américo Olavo: - E apenas verdadeiro.

O Orador: - É inexacto e tanto que V. Exa. disso: parece.

O Sr, Américo Olavo: - Enganei-me. Tenho a certeza. E V. Exa. está a abusar da cortesia, que temos tido, ouvindo-o com atenção.

O Orador: - Sr. Presidente: veja V. Exa. a elasticidade dos meus nervos.

O Sr. Américo Olavo: - Não tenho receio nenhum dos nervos de V. Exa.; pode dar-lhe largas à vontade.

O Orador: - Não há desafios nenhuns que possam impedir-me de cumprir o meu dever.

Não faço nem nunca fiz obstrucionismo e quem me conhece sabe bem que isto é verdade.

Se eu quisesse fazer obstrucionismo, era-me muito fácil fazê-lo. Ainda tenho um bocado de fôlego e possuo também, visto que se trata de uma questão do fósforos, um bocado de matéria fosfórica.

Hei-de cumprir o meu dever até ao fim e quem disser que eu faço obstrucionismo falseia a verdade.

O Sr. Américo Olavo: - Digo-o eu. Nunca falsiei a verdade e não consinto a V. Exa. que o afirme nesses termos.

O Orador: - Vejam V. Exas. se vale a pena por uma caixa de fósforos levar a discussão para êste campo.

O Sr. Américo Olavo: - São caixas de fósforo de "espera galego" pela demora com que V. Exa. tem arrastado as suas considerações.

O Orador: - Nunca me reciei de coacções do espécie nenhuma; e, assim, vou continuar as minhas considerações sem pretender abusar da atenção de V. Exas.

Se esta causa fôsse minha, não gastaria um minuto com ela; mas trata-se de uma questão que interessa fundamentalmente ao País.

Vou continuar a análise das bases restantes, que são só duas.

Base G:

Leu.

Preconiza a comissão de finanças, não só na parte respeitante aos operários do quadro, mas ainda na parte que respeita aos operários fora dos quadros.

O monopólio exercido por uma Companhia é cedido ao Estado. O Estado é que tem a prova. Os operários que vieram da regie, no montante de 400, apesar do excesso para 1:080, que tantos são os que se ocupam nesta indústria. Têm iguais direitos.

De resto, ainda que assim não fôsse, pregunto se é justo obrigar êstes operários a irem fabricar sapatos ou outra qualquer cousa.

Não; ninguém pode pensar em tal, nem ninguém pensa; e, se o pensassem, andariam muito mal.

Neste País tam pequeno, todos nos conhecemos e todos somos parentes e amigos.

Temos, é certo, o coração muito perto da boca; e, assim, somos levados, nos momentos de fraqueza e exaltação, a pedir a força para aqueles que nos incomodam e hostilizam. E certo é também que é condão dos meridionais deixarem o coração falar muitas vezes mais alto que o direito.

Pedimos a forca para amanhã pedirmos piedade e sermos os primeiros a implorar a amnistia e o esquecimento das faltas praticadas.

E porque assim é, nunca se deve pensar em atirar para o barril do lixo com os operários que não pertencem ao chamado quadro da indústria dos fósforos.

Pela base H:

Leu.