O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16 Diário da Câmara dos Deputados

todos, mas pelo que eu só podia receber censura se não tivesse o cuidado de procurar dar cumprimento à quentão essencial do Govêrno de Macau, se não procurasse dentro da fórmula comercial e administrativa abrir caminho a todas as dificuldades que nos cercavam na colónia do Macau. Mais uma vez eu digo: os factos estão aí para falar mais alto que todas as palavras.

S. Exa. em três anos de governador de Macau deixou a província nas condições que já referi.

Eu estive ano e meio e nunca mobilizei um soldado, só me utilizei da tropa para a dignificar.

Nunca mais houve revoltas, nem bombas.

Com relação à ameaça da supressão do rendimento do ópio nada fizeram. A cidade, que só encontrava quási deserta, tem hoje quási o dobro da população, o que se justifica bom pela vida, que têm os chineses.

A ansiedade dos chineses é tal, que já chegaram a mandar as suas homenagens ao Senado da República.

Emquanto lá estive proporcionei todas as condições de progresso.

Tudo o que fiz fala bom alto e prova mais que toda a leitura feita em voz lenta e pausada como a gota de água que caía sôbre o supliciado no Pátio do S. Domingos.

O pôrto de Macau vem a ser do futuro um porto que fará leiga concorrência a Hong-Kong.

O estado em que se encontrava a foi devido à incúria de 80 anos, e pelo sou desenvolvimento virá a ser uma ameaça para o porto de Hong-Kong.

Não apoiado do Sr. Velhinho Correia.

O Orador: - No Ministério das Colónias não se lêem documentos, ou melhor, só se lêem aqueles que querem ler.

Vim à metrópole propositadamente para expor êstes factos, mas o que não esperava era o apodo imerecido de menos patriota.

Quanto à minha demissão, se fôsse nomeado cem vezes, outras tantas demissões do bom grado aceitaria, a fim de que, finalmente, o assunto pudesse aqui ser tratado perante o Parlamento, como o está sendo.

Realmente, Sr. Presidente, pode parecer um pouco atrevida esta opinião - que realmente não é mais do que uma opinião - ou pelo menos vai ferir o espírito patriótico daqueles que me ouvem, a intromissão de elementos estrangeiros dentro das colónias portuguesas.

Eu devo confessar que realmente não penso assim.

Em tudo que represento valores do ordem económica, que nós não sabemos ou não podemos valorizar, ou não vejo que inconveniente possa haver em procurarmos os elementos necessários ao desenvolvimento dêsses factores.

Mas a solução do problema do porto de Macau, sob o aspecto económico o político, TIO meu modo do ver, e, conforme digo naquela nota e no meu relatório, não está na Junta Autónoma, mas sim na constituição do uma companhia que o explore e o desenvolva, arredada completamente a questão da soberania.

O porto de Macau ó, no meu modo de ver, repito, uma. experiência o uma garantia do restabelecimento das carreiras comerciais e marítimas paru o Extremo Oriento.

Tenho o dito muitas vozes, porque sou um fanático, e porque estas ideas precisam de ter fanáticos, para que elos, com os seus exageros, arrastem os tímidos.

Nós temos dispersas, daqui até ao maior mercado do mundo, umas pequenas colónias, cuja razão de ser foi principalmente comercial. Foi esta, repito, a razão da sua existência e da sua continuidade histórica.

Tivemos, durante 3 ou 4 séculos, o cuidado de ligar, comercial e maritimamente, Portugal até ao maior mercado do mundo, mas, depois, esquecemo-nos completamente disso, e, lembramo-nos apenas da África e do Brasil.

Mas, se nós, Sr. Presidente, pensamos em ser uma Nação independente, não no sentido de termos administradores e autoridades nossas, mas de vermos valorizados os recursos da nossa indústria e do nosso comércio, pela colocação dos seus produtos onde êles têm maior consumo, indo, no mesmo tempo, ali buscar aquilo de que carecemos, então, Sr. Presidente, aquilo que nós temos de ver no Extremo