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20 Diário da Câmara dos Deputados

mações, demonstro a mim próprio que estou cumprindo a minha promessa, do estar sereno.

Eu ponho a questão neste pé: os republicanos só fazem mal à Republica, quando por simples espírito político e nas questões administrativas se enxovalham o denigrem.

Fazendo esta justiça, quero protestar contra a lama que só tem pretendido atirar-me na imprensa, e contra as insinuações que se pretendem fazer.

Sou um homem de bem o toda a vida o fui e as lições que recebi daquele que foi conde e que tenho a honra de ter tido por pai outra cousa me não ensinaram senão a ser um homem do bem.

Apoiados.

Essa lama que me pretenderam atirar não fez sequer uma nódoa no meu fato, quanto mais no meu carácter.

Posta a questão neste pó, evidentemente devo analisar o facto inicial de todo êste incidente, que foi a exoneração dada a um alto correligionário, do Govêrno que lhe estava confiado, e direi que, quando me curvei à imposição que me era feita para ser Ministro, de maneira alguma estava no meu espírito, nem no espirito do homem que me convidou, a intenção do que qualquer razão partidária me imporia a obrigação de me desviar do meu dever.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Vitorino Guimarães):- Apoiado.

O Orador: - Ainda bem que o Sr. Presidente do Ministério veio confirmar, com O seu apoiado, a certeza absoluta em que eu estava de que. na sua intenção, quando bem contrariado me arrastou para êste pôsto, não havia a idea de que aos portugueses cabe acima de tudo o respeito a um partido, e depois o respeito aos interêsses do seu país.

Eu entendo, pelo contrário, que os portugueses que querem servir a pátria nos lugares públicos, e que para isso dão a sua adesão a qualquer partido, servem êsse partido principalmente quando bem servem Portugal.

Apoiados.

Sôbre se tive atenção ou não com o corpo dirigente do meu partido, penso que
talvez quem ficasse em dívida de algumas atenções fofa se êsse corpo dirigente para comido.

Eu, que antes de proceder contra um determinado graduado do meu partido, tive a atenção de me dirigir ao corpo dirigente dêsse partido para lhe expor as razões que me levaram a proceder, tive, evidentemente, a atenção que devia.

O corpo dirigente que, por qualquer razão, deixou do mo comunicar a sua resposta no prazo em que prometera dar-ma, faltou a uma atenção para comigo.

Apoiados.

Não fui eu quem andou mal.

Eu porém aceito como suficiente a atenção que comigo teve o vogal do directório do meu partido, que havia presidido à sessão a que eu comparecera, o que foi ao meu gabinete apresentar as explicações do sucedido.

Êste assunto, pois, deve ser desviado, mas o que não pode ficar de pé é a idea de que eu faltei àquilo que devia ao corpo dirigente do meu partido.

Cumpre-me esclarecer ainda que, faltando-me a resposta oficial dêsse corpo dirigente, embora eu tivesse tido todas as razoes para acreditar que essa resposta seria em concordância com o meu modo dever, entendi, ainda no meu dizer partidário, pedir ao Sr. Presidente do Ministério que reunisse os Ministros do partido para saber se sim ou não, em faço da falta desta resposta oficial, tu devia proceder como entendia necessário. E foi com a concordância de todos os Ministros menos correligionários que dei andamento ao procedimento que julguei necessário.

Parece que em face do meu partido cumprir o meu dever.

Dir-se-há: mas porque foi essa pressa?

Porque essa exoneração tinha de ser dada nessa data, porque o Govêrno entendia que devia comparecer perante a Câmara sem se sujeitar a que lhe fizessem a pergunta: porque é que não tinha procedido?

Visto que estava levantada no País a questão essencial que motivou a demissão, evidentemente que o Govêrno estava na contingência do que lhe fizessem essa pregunta e o seu dever era apresentar-se de cabeça erguida.

Tratava se de um alto vulto do partido, mas o Govêrno não se esqueceu de que era