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Sessão de 3 de Junho de 1925 17

Oriente mão são apenas os valores representados pelos territórios, mais ou menos extensos.

São os portugueses espalhados por todo o Oriente que, apesar do nosso desconhecimento, vicejam, pi esporam e se desenvolvem.

£ Corno havemos de valorizar estas riquezas? Ligando-as, unindo-as à metrópole, valorizando-as o mais possível, porque milagre é como até agora se têm conservado e desenvolvido.

Para isso é indispensável, pelo menos, uma carreira com a nossa bandeira. Como o podemos fazer? Portugal não tem hoje recursos para isso mas precisamos, no entanto, não descurar o problema.

Quando construímos um quilómetro de estrada, pensamos, porventura, no rendimento que nos irá dar?... Não! O rendimento do quilómetro de estrada virá indirectamente.

Ora as carreiras marítimas, pelo espírito mais rudimentar do estadista, devem ser considerarias da mesma forma. E por isso precisamos de estabelecê-las, a hm de que as nossas mercadorias ali cheguem.

Onde buscar os recursos para isso?... A índia?... Não, que tem um orçamento deficitário. A Timor?... Também não. Onde estão elos então? Estão em Macau mesmo, se não foram consumidos em fumo ou nos vencimentos a funcionários, por vezes inúteis.

É preciso que o dinheiro não seja ali improdutivo e estéril, tal como aquele que se levantou na Inglaterra para construir o porto de Mormufrão. Não precisamos dos exemplos lá de fora. Mas infelizmente, como diz Schiller, creio, só há uma cousa que se aproveita da História: é vermos que os povos cometam sempre os mesmos erros, com as mesmas consequências sempre.

Diz-se que o futuro de Macau está no seu porto. Pode estar nele a sua morte também. Um porto não vale por si só, pela razão simples de estar melhor ou pior construído, de ser optimamente preparado; um porto, sob o ponto de vista económico, vale pelo que representa em relação ao comércio e à indústria.

Não temos em Macau nem comércio nem indústria, como seria para desejar.

E no dia em que o porto se abriu, depois dêsse bambúrrio do ocaso que foi a ida para Macau do Sr. Sanches de Miranda, que se colocou por cima da arca das patacas e disse: "não as haveis de consumir todas", desde que isso aconteceu o que é necessário é que o próprio porto dó recursos para que possa viver.

É um problema digno de apaixonar os homens para quem a idea de servir a sua Párrid é alguma cousa mais do que esta miséria que nos traz aqui divididos, em vez de nos juntar no mesmo esfôrço.

Poder-se-há dizer, Sr. Presidente, que Macau não terá os recursos necessários para manter os seus fundos, sendo assim absolutamente inútil tudo quanto se possa fazer; porém, eu não tenho essa opinião, antes, pelo contrário, estou absolutamente convencido de que o porto de Macau há-de concorrer, e muito, para o desenvolvimento comercial do Já para cá.

Estou absolutamente convencido de que, com um pouco de bom senso e uma boa administração, alguma cousa se poderá conseguir, pois a verdade é que o mal das nossas colónias é financeiro, não tendo elas os recursos necessários para fazer face aos seus encargos.

Legislando se com bom senso e administrando-se bem, eu tenho a certeza de que a situação se há-de modificar, e muito, não só sob o ponto de vista comercial, como sob o ponto de vista de ligação com o Oriente, assunto êste, a meu ver, da máxima importância para Portugal.

Esta é que é a minha maneira de ver sôbre o assunto, estando absolutamente certo de que a lógica está do meu lado.

Foi assim, com actos desta natureza, que eu servi o meu país.

O monopólio do ópio tinha sido arrematado por 3:500.000 dólares. A breve trecho, e sob o pretexto de que parto dêsse ópio é exportado para a América, o arrematante vinha declarar que os países da América já não o importavam. Mostrava documentos para provar que para o Chili não ia êsse ópio.

Então o Conselho do Govêrno de Macau, sem voltar a hasta pública, reduziu o rendimento em, pouco mais ou menos, 800:000 patacas. Não indico a quantia certa porque não me lembra.

O Sr. Ministro das Colónias (interrompendo): - V. Exa. não sabe, mas eu depois o direi à Câmara.