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16 Diário da Câmara dos Deputados

aprovados por decreto da Metrópole e mandados executar.

Por vezos, uma ou outra tentativa de qualquer obra, uma dragagem para facilitar o acesso ao porto, etc., se tentava fazer, às vezes com maior ou menor conflito só conseguia empreender, mas sempre através dêsse obstáculo terminante da oposição chinesa.

Mais outros estudos foram feitos, uns maiores, outros menores, mas nunca executados.

Na vigência da República, um governador, êsse grande patriota, êsse grande português, que foi José Carlos da Maia, (Apoiados) dou um grande impulso inicial às obras do porto.

A única lei, pode dizer-se, era a sua vontade!

Realmente Carlos da Maia não obedeceu bem a planos, exorbitou dos regulamentos, é verdade, o disso resultou-lho, e aqui está um exemplo que convém recordar, a sua demissão.

Tratava-se do um grande vulto da República, tratava-se de alguém que tinha distintos o valiosíssimos serviços à República, e apesar disso foi exonerado José Carlos da Maia pelo Ministro democrático que era Ernesto de Vilhena.

Mas o que é facto é que o impulso de José Carlos da Maia, mandando adquirir algum material, mandando começar uns aterros e dragagens, foi o impulso inicial e do que se não mais parou, foi o começo das obras que hoje estão constituindo o futuro daquela colónia.

Eu fui tomar conta do Govêrno de Macau fim 1919. O assunto do prosseguimento das Obras e da, falta de delimitação não podia deixar evidentemente de ser estudado, antes da minha partida, com o Govêrno da República. Assim, por ordem do Govêrno, fui a Paris, onde então se encontrava reunida a Conferência da Paz, para me avistar com a Delegação Portuguesa a essa Conferência, a fim de lá, naquele moio, que era então o centro magno de reunião dos diplomatas do todos os países interessados na guerra, em que entravam também a China e a nossa aliada, a Inglaterra, tratar dos casos de Macau. Parecia, realmente, dar-se o momento excepcional para tratar do problema. Presidia, como V. Exas. sabem, à nossa Delegação o Sr. Afonso Costa, e

com êle é que foi principalmente o meu contacto sôbre o assunto. S. Ex. reconheceu, infelizmente, que a delegação chinesa se esquivara mais uma vez e terminantemente a que se resolvesse o assunto de delimitação; e com respeito a obras do porto, ao fim de algumas conferências, disseram-me os representantes da Delegação Portuguesa à Conferência da Paz: "há uma única solução: ir para diante haja o que houver; ou nós queremos fazer realmente do Macau alguma cousa, ou nós desistimos então das obras do porto o não pensamos mais naquela colónia".

Voltei a Lisboa, o as instruções que daqui levei foram nesse sentido.

Ao chegar a Macau encontrei as obras iniciadas por Carlos da Maia e prosseguidas pelo Sr. Artur Tamagnini Barbosa, meu antecessor imediato, e mandei prossegui-las, - outra cousa não tinha a fazer em virtude do meu dever de português e das instruções que levara.

A China reclamou, a China protestou, a China moveu campanhas de imprensa e campanhas de associações decretas; a China mobilizou contra a decisão do Portugal todos os seus esfôrços, e ninguém pode fazer idea, senão quem viveu na China, do que são êsses esfôrços, porque a China é realmente sob êsse ponto do vista, excepcionalmente minada de associações secretas, como se encontra dominada por paixões e por um a chauvinismos extraordinário.

É realmente um país com grandes fôrças, quando se decide a hostilizar qualquer povo diferente da sua raça.

Mas eu tinha instruções, linha os meus deveres de português, e prossegui, devendo dizer que de Lisboa não recebi senão instruções para prosseguir

Um belo dia, deslocam-se as reclamações para Lisboa.

Em Lisboa responderam firmemente e o Govêrno, de que era Ministro dos Negócios Estrangeiros o Sr. Melo Barreto e das Colónias...

Um Sr. Deputado: - O Sr. José Barbosa.

O Orador: - Mandou-mo avisar de que estivesse preparado para qualquer eventualidade, para qualquer tentativa de