O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 4 de Junho de 1925 23

língua que nós, portugueses, não conhecemos.

Porque isto que aqui está é chinês.

S. Exa., com aquele seu habitual feitio de romanciar sôbre assuntos de administração, e do devanear sôbre cousas sérias, mandou, julgando, sem dúvida, ter cometido um grande acto administrativo, patriótico, político e diplomático, esta triste nota ao Govêrno de Hong-Kong.

Eu chamo, mais uma vez, a atenção da Câmara para esto documento e para o facto do o Govêrno de Hong Kong ter mandado estudar o assunto por dois caixeiros bancários.

E, irrisão e cousa curiosa, e que mostra a precipitação e a falta de tato com que certos negócios se tratam, é que êstes funcionários, com muito mais sciéncia administrativa e compreensão das cousas, mandaram preguntar ao Govêrno de Macau o seguinte:

Leu.

Quere dizer que êles pediram aqueles elementos que o Govêrno de Macau devia ter e mandar prontamente, se êste problema tivesse sido seriamente encarado.

Sr. Presidente: eram estas simples explicações que eu desejava dar a S. Exa.

O que valeu a S. Exa. não ser demitido foi o movimento que derrubou o Govêrno do Sr. Ginestal Machado.

O Sr. Cunha Leal: - Quem o derrubou foi a Câmara.

O Orador:-Fomos derrubados, e êsse movimento já foi até amnistiado.

O que valeu ao Sr. Rodrigo Rodrigues, apesar da muita estima que tenho por S. Exa., foi êsse movimento; senão, teria sido demitido imediatamente de governador de Macau.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestestermos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Rodrigo Rodrigues: -Sr. Presidente: não é por menos consideração para com o Sr. Ministro das Colónias, mas apenas para dar uma explicação ao Sr. Vicente Ferreira, que respondo primeiro a S. Exa.

Disse S. Exa. que ia corrigir uma afirmação minha, que vinha nos jornais, isto

é, de que eu não tinha recebido comunicação, censura ou qualquer reparo dos Ministros.

Se eu precisasse justificação, bastar-me-iam as palavras de S. Exa.

Am minha pregunta foi precisamente uma afirmação de que não existia nenhum acordo, e a minha nota não passou de uma sondagem que não dou resultado.

Disse S. Exa. que eu respondi em chinês, quando afinal S. Exa. de que falou em chinos, de forma que eu não compreendi nada.

O Sr. Carlos Olavo: - Foi por isso que V. Exa. respondeu em chinês.

O Orador: - Todos os argumentos que se apresentam contra mim vão recair em actos praticados anteriormente ao meu Govêrno.

Apoiados.

O Sr. Carlos Pereira: - Foi como o empréstimo de Moçambique, que se fez às escondidas.

Apoiados.

O Orador: - Agora vou responderás considerações do Sr. Ministro das Colónias. Eu segui pouco a pouco as afirmações por S. Exa. feitas.

Parece que fui infeliz na minha exposição.

Eu agradeço à população republicana de Lisboa o poder vir a êste lugar defender-me do labéu que mo foi dirigido pelas tantas da noite no gabinete do Sr. Ministro das Colónias.

Tudo isto são factos característicos da sociedade em que vivemos.

S. Exa. agora andou rebuscando em todos os caixotes do Ministério das Colónias, procurando outra corda, pois esta com que procurou atar-me os pulsos não foi suficiente.

É claro que todas as questões são objecto de estudo, análise e sanção suficiente, que os homens habituados a proceder com ponderação devem e precisam fazer.

Da maneira como os assuntos aqui são tratados e, sobretudo, como são expostos, mostrando-se apenas uma parte da questão, não incidindo, pois, sôbre êles a análise devida, é fácil cairmos em erros; e eu