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24 Diário da Câmara dos Deputados

posso levar a mal que algumas das pessoas que mo escutam estejam, de lacto, debaixo do uma impressão tam desagradável neste momento, que olhem para mim quási como quem olha para um condenado.

Eu não peço mais nada do que atenção, porque os sentimentos do justiça estão latentes o hão-de despertar no coração do V. Exa.

Sei bom, e todos nós que somos políticos o sabemos, que numa assemblea desta natureza não se desvia o significado de um voto; mas também sei que, apesar disso, êsse voto se conquista, apelando para os sentimentos do justiça, quando a gente tem a razão por si.

Duvidar disto e duvidar quási que da razão de ser moral o social da sociedade portuguesa,

Eu vou, pois, apresentar uma exposição dos factos, tanto quanto possível rápida e precisa.

Eu não tenho, Sr. Presidente, receio algum de chamar o Sr. Ministro para esta discussão, que ou considero o meu triunfo e até o galardão do lugar que aqui tenho.

Se me arreceasse de ser julgado, demonstrava, além de tudo, uma perfeita inconsciência.

Não só aqui, como em qualquer das comissões que existem, ou mesmo numa qualquer organizada pelos meus adversários, sujeito-me ao julgamento.

Aqui poderá julgar-se e examinar-se melhor talvez do que nesta atmosfera apaixonada, em que os assuntos não podem ser tratados com aquela calma com que dentro do um gabinete podem ser tratados.

Começou S. Exa. o Sr. Ministro das colónias por tratar primeiramente da questão política e partidária.

Não é aqui o seu campo, Sr. Presidente.

Apoiados.

Se S. Exa. tem algumas censuras a fazer-me no lugar próprio, lá estaremos.

Não se trata do função que pertença à Câmara.

Apoiados,

V. Exas. já têm bem no espírito a noção de quanto esta questão é séria, vendo a situação diplomática e a gravidade do problema colonial no extremo oriente.

Ah! não será preciso ser profeta num assunto dêstes.

Nós veremos dentro em breve quem tinha razão; nós veremos dentro em breve como há-de ser difícil a nossa situação, senão humilhante, por causa do problema do Macau.

Sr. Presidente: tinha-me referido à solidariedade1 que o Sr. Ministro das Colónias disse possuir da parte dos seus colegas pertencentes ao partido a que tenho a honra do pertencer, e a êsse respeito afirmei, não que estranhava êsse facto, mas que a minha estranheza servia se não se tivesse dado essa solidariedade, porque estava cerro que a questão não tinha sido posta com toda a minúcia o clareza como tia já está a ser colocada, porque, pelo menos, e ofensa faria a Ossos meus correligionários, no espírito deles devia nascer a idea do que era necessário ouvir-me.

Pois com isso eu lhes merecia, desde que se reconhecia a gravidade de todo êste problema, o que êle está fundamentado na convicção em que cada um de nós está do melhor bem servir o País?

Ah! não.

Fossem as consciências transparentes e os pensamentos visíveis, que ou tenho a certeza de que os que deram essa solidariedade, o muito bem, a S. Exa. se conhecessem a questão tal como está sendo posta aqui, não procederiam, dando lhe a sua solidariedade, som me ouvirem ao monos! - o é isto uma mágoa e uma razão de queixa que tenho!

Mas S. Exa. foi buscar um caso parecido que se passou com o grande republicano Carlos da Maia.

Se eu precisasse de argumentos que pusessem em destaque a diferença do procedimento, S. Exa. vinha-mos indicar.

O ilustre republicano Carlos da Maia teve um determinado procedimento e critério em relação ao problema de Macau.

^O que lho sucedeu?

Estava no Ministério de então um seu adversário político, que aqui o chamou, e o assunto foi tratado na Câmara.

Êle foi ouvido, foi arguido e depois é que foi demitido.

Isto compreende-se, e isto faz-se não apenas nos regimes que se fundamentam na igualdade dos direitos, mas até nas autocracias.

Foi o que quis frisar ontem, quando