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Sessão de 4 de Junho de 1925 29

casse não ficava com a s aã moral muito íntegra.

E por estas o por outras que os governadores vão daqui escolhidos pelas pessoas competentes, sujeitos às instruções e às leis, com vontade de fazer qualquer cousa, mas ai deles só tentam fazê-lo!

O verdadeiro papel dum governador, como aliás de todos os lugares da sociedade portuguesa, é ser bom, é transigir; cuidar dos interêsses portugueses, para quê?

São desta fôrça os românticos que ainda acreditam que é possível fazer-se qualquer cousa!

Felizmente que no pouco tempo que lá estive tudo correu tranquilamente: - eu bem sei que foi sorte, a China é que quis que aquilo mudasse da tempestade para a tranquilidade.

Eu não sou super-homem, mas tenho aquilo de que me estão a acusar que me falta: é bom senso; e muitas vezes para administrar não é preciso mais do que bom senso.

De resto, já tenho dado provas dêsse bom senso; não foi preciso ir a Macau, que fica lá tam longo o cuja administração não pode ser julgada senão pelo que se expõe, que é sempre incompleto.

Eu já tenho desempenhado vários cargos na Metrópole, e por isso os documentos estão à prova, e neles se vê a minha vontade e o meu bom senso servindo a causa pública.

Apoiados.

Vamos à análise dessas compras em Changai, Cantão o Pequim.

Creio que a Câmara deve ter uma impressão exacta, do resto, do que êste governo do Macau é um govêrno sui generis pelo que respeita às suas relações de ordem diplomática, estendendo-se muito além daquele admirável rincão que é aquela nossa colónia.

A Câmara já tem assistido aqui a vários debates sôbre assuntos desta natureza.

E, tanto pela exposição do Sr. Ministro das Colónias como pela minha, reconheceu já que os assuntos diplomáticos estão de tal forma entrelaçados com a vida administrativa da colónia, que a sobrelevam até às vezes.

Do facto assim é. Macau não vale pela sua extensão territorial. Vale pelo seu significado de ordem política e internacional.

Continua a ser uma capital do lusitanismo do Extremo Oriente. E tanto que o governador do Macau era como que um Ministro de Portugal na China.

Os portugueses espalhados pelo Extremo Oriente, quando há um desastre, um motivo de grande alegria, qualquer cousa emfim que os agite profundamente, a quem se dirigem é ao governo de Macau.

Nada tem que se compare a Macau, e daí o ser Macau também que se preocupa com a nossa representação no Extremo Oriente e procura honrar-se a si própria para honrar o nome português.

Aqui tem V. Exas. justificada a raz3o por que a colónia se mete em assuntos desta ordem, que, à primeira vista, parecem dependentes apenas do Ministério dos Estrangeiros.

Não me dirigiu o Sr. Ministro acusações por isso; mas apenas disso que eu tratei do assunto sem querer saber do Ministro das Colónias e do Ministro dos Estrangeiros.

Relativamente a Xangai, direi a V. Exas. que adquiri lá um edifício para a comunidade portuguesa. Fui arguido de ter entregue por êle algumas centenas de contos.

Pois quando eu cheguei à colónia encontrei o orçamento de 1922, da lavra, da autoria do governador Sr. Correia da Silva.

Abro-o e encontro devidamente aprovada pelo Govêrno da Metrópole a quantia seguinte:

Leu.

O que fiz? Mandei cumprir a lei. Isto é lei! É de S. Exa! Nem sequer mo posso enfeitar com tais penas.

Mas há mais ainda. Porque não concordo com êste sistema de distribuição do dinheiro, não pela forma que é altamente patriótica mas porque sei muito bem o que são associações que hoje estão bem, reunidas no mesmo sentimento patriótico, o amanhã se tresmalhara, mandei comprar em nome da província e cedi-a à colónia para se usufruto.

Tal a minha falta.

O Sr. Ministro das Colónias (Correia da Silva): - V. Exa. dá-me licença? V. Exa.