O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 5 de Junho de 1925 27

sidente do Ministério para fazer mais largas considerações sôbre o assunto.

Sr. Presidente: para terminar, direi que, apesar da minha mais completa oposição ao Govêrno, não posso, neste momento, deixar de lhe dar o meu aplauso pelo seguinte facto: segundo vi no Diário de Noticias o Govêrno escolheu a alta figura do Dr. António José de Almeida para a vaga aberta pelo falecimento de João Chagas no Conselho de Administração dos Caminhos do Ferro Portugueses.

Apezar do adversário irredutível do Govêrno, não posso, repito, deixar de, neste caso, dar-lhe todo o meu apoio e as minhas mais vivas felicitações pelo acerto da escolha para aquele alto cargo.

João Chagas, o grande diplomata o jornalista a cuja memória a Câmara prestou ainda há poucos dias as suas homenagens, ficará bem substituído pelo grande tribuno e parlamentar que é o Dr. António José de Almeida. E a República ficará dignificada com esta nomeação.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva: - Sr. Presidente: apenas meia dizia de palavras para preguntar ao Sr. Ministro do Comércio se em matéria do estradas segue aquele plano larguíssimo que o Sr. Presidente do Ministério aqui apontou numa célebre sessão nocturna em que o Sr. Ministro do Comércio se evidenciou um belo professor de explosivos, isso é, só S. Exa. e o Govêrno têm como único plano o decreto n.° 10:804.

Êste decreto diz:

Leu.

Mas, Sr. Presidente, o artigo 2.° da lei n.° 1:773, em que se baseia êste decreto, diz assim:

Leu.

Eu pregunto ao Sr. Ministro do Comércio se S. Exa. acha aceitável, se S. Exa. acha sério que, baseado num artigo que diz respeito a uma autorização para medidas de ordem pública e social, o Govêrno se permita publicar um decreto abrindo um crédito para estradas.

Pregunto se é êste o plano que tem o Govêrno para separação do estradas, se é com os 11:000 contos destinados a servir amigos em determinados pontos que se pensa em reparar as estradas?

Naturalmente amanhã no congresso familiar do Liceu Camões os seus correligionários da província hão-de dizer a S. Exa. o estado em que se encontram as estradas do País e S. Exa. há-de, lá ir como naquela célebre sessão nocturna dizer o que pensa em matéria de explosivos sôbre reparações de estradas.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Ferreira de Simas): - Sr. Presidente: respondendo ao Sr. Carvalho da Silva direi que não percebi bem a ligação feita por S. Exa. entre os meus vastos conhecimentos de explosivos e a reparação da estradas.

O Sr. Carvalho da Silva: - É que reconheço em V. Exa. um belo professor de explosivos.

O Orador: - V. Exa. engana-se porque não sou professor de explosivos. Já fui.

O Sr. Carvalho da Silva: - E foi um professor distintíssimo.

O Orador: - Muito obrigado pelo elogio.

O problema das estradas - já aqui se tem afirmado muitas vezos - é um problema essencialmente financeiro. A questão resolver-se há sem mais demoras nem dificuldades no dia em que para tal houver dinheiro.

Surgiu presentemente a possibilidade de dispensar algumas verbas para a repartição de estradas, e o Ministério do Comercio, como ora sou dever, procedeu imediatamente à sua distribuição, de forma a que ela pudesse satisfazer algumas reclamações mais instantes e concorrer um pouco para remediar a grave crise de trabalho que nos ameaça e que, desprezada, pode constituir amanhã um sério motivo do alteração da ordem pública.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Pedro Pita: - Sr. Presidente: agradeço ao Sr. Ministro do Trabalho a gentileza de ter esperado que me chegasse o uso da palavra, gentileza que não teve o seu colega da Justiça, que estava presente quando eu pedi a palavra para