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20 Diário da Câmara dós Deputados

Mas, emfim justifica-se em princípio a criação dêsses lugares.

Não aceitamos, porém, por forma alguma, a criação do novos lugares que só trazem aumento de despesa, quando neste momento tudo aconselha que se façam economias o reduções de despesa.

Apoiados.

Sr. Presidente: está na Mesa uma moção apresentada pelo ilustre leader nacionalista.

Antes de usar da palavra tive ocasião do ler essa moção e notei com agracio, - um pouco egoista, é certo - que nossa moção se mencionam seis decretos que se julgam inconstitucionais, porque não satisfazem aos princípios estabelecidos na lei n.º 1:733, mas que nenhum deles é da autoria dos membros da Acção Republicana.

É claro, devo dizer, que o tacto não inibe os Ministros da Acção Republicana das responsabilidades em que incorrera os outros Ministros, em virtude da responsabilidade ministerial, mas o que é feito é que essa responsabilidade é atenuada, por não serem os autores dos referidos decretos.

De forma que o Grupo de Acção Republicana só tem do vangloriar-se dêste facto, pela razão de, tendo dois Ministros seus dentro do Govêrno, ver - o que, de resto, não foi surpreza para nós - que êles procederam integrando-se sempre nos princípios da Acção Republicana.

Sr. Presidente: suponho que as palavras claras que acabo de pronunciar dão ao Sr. Presidente do Ministério e à Câmara a nota exacta do pensar da Acção Republicana.

É claro que pode surgir de um momento para outro um caso imprevisto - e quem sabe mesmo se previsto já - que possa alterar a maneira do pensar da Acção Republicana; mas, se tal se vier a dar, pode o Sr. Presidente do Ministério estar convencido que autos de se dar na Câmara a sua eclosão, S. Exa. será disso avisado.

Até lá e emquanto as circunstancias não mudarem, a Acção Republicana continua a acompanhar o Govêrno do Sr. Vitorino Guimarães.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem.

O Sr. Carvalho da Silva: - Sr. Presidente: tinha pedido a palavra para explicações, visto que o Sr. Sá Cardoso, referindo-se a algumas considerações por mim feitas no meu anterior discurso, me tinha forçado a isso; mas, visto que, tratando-se do debato político, fui informado por V. Exa. de que não havia nenhum Deputado inscrito, entendeu êste lado da Câmara que, oposição sincera e verdadeira como é ao actual Govêrno, não podia deixar encerrar o debato sem mais uma vez protestar contra os atentados à legalidade praticados pelo Govêrno durante o espaço em que esteve encerrado o Parlamento.

Começando pela resposta ao Sr. Sá Cardoso, direi que nunca podemos de qualquer maneira chegar a quaisquer conclusões em que concordemos, porquanto o Sr. Sá Cardoso tem uma noção da ordem perfeitamente oposta àquela que nós temos.

S. Exa. que no seu discurso anterior tinha querido deixar transparecer as violências e as perseguições que a Monarquia exerceu contra os seus inimigos, fez hoje no seu discurso a maior e mais cabal demonstração de quanto a Monarquia foi um regime tolerante, um regime que a ninguém perseguiu, até ao ponto que o Sr. Sá Cardoso pôde, desde que sentou praça, passar a vida a conspirar contra a Monarquia até 1910, sem que nunca ninguém o tivesse incomodado.

Eu podia, realmente, preguntar a S. Exa. quais as prisões que sofreu no tempo da Monarquia.

O Sr. Sá Cardoso: - Nenhumas.

O Orador: - Nem V. Exa. imagina quanto o seu testemunho insuspeito mereço a minha gratidão. V. Exa. veio provar com as suas palavras quanto a Monarquia...

O Sr. Sá Cardoso: - Mas é bom não confundir as cousas! É que os revolucionários daquele tempo eram revolucionários a valer, sabiam conspirar sem se comprometerem, nem a ninguém; tinham consciência dos seus deveres.

O Orador: - Eu não faço acusações a ninguém. V. Exas. tinham a coragem das