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Sessão de 9 de Junho de 1925 23

dar o exclusivo. Para tudo é preciso tempo.

Querer-se há guardar tudo para a última hora, a fim de que não apareçam novos concorrentes?

O Sr. Nuno Simões: - Para se fazer tudo sem envelopes!

O Orador: - Tomáramos nós que o assunto fôsse tratado como o foi pela Monarquia.

Os contratos de 1906 e de 1891 são verdadeiros modelos ao lado do que se tem feito depois. Ainda hoje o País está disfrutando um certo desafogo devido à maneira como foi feito o contrato de 1906.

O Sr. Nuno Simões: - Não apoiado.

O Orador: - Vejam-se os cuidados com que a Monarquia olhou para o termo do Estado, no que respeita aos 800:000 quilogramas de tabaco, e ao que a Companhia devia pagar, e ao empréstimo de que o País fica inteiramente livre em 1925.

Ah! Sr. Presidente, se fora a República a tratar da questão dos tabacos, a República que tem agravado todas as questões, nós veríamos se em 1926 ficaria livre a receita dos tabacos, como ficara pela herança que a Monarquia relegou.

Sr. Presidente: eu não sei o que pensam as oposições republicanas desta Câmara, mas eu chamo a atenção do Parlamento para a questão dos tabacos, embora baldadamente, porque o Sr. Presidente do Ministério declarou já que esta questão não devia ser tratada por esta Câmara.

Outra questão importante que desejo abordar é a das estradas.

O Sr. Presidente do Ministério tinha tomado para com o Parlamento, n uma celebre sessão nocturna, um compromisso de trazer um relatório financeiro com a solução da questão das estradas.

Julga V. Exa. que resolveu o problema das estradas, publicando à sombra do decreto da ordem pública um outro que dá 4:600 contos para as estradas?

Parece-me uma solução muito eleitoral, mas muito fraquinha. V. Exa. até tinha vantagem em trazer aqui uma solução, com que tapasse as covas das estradas, principalmente da estrada da política republicana, para evitar a queda que lhes está reservada.

Mas, visto que S. Exa. não traz essa solução à Câmara, eu desejava que - porque de mais a mais vem de um congresso partidário, e bastante partidário, porque partiram por lá muita cousa - me dissesse, e para elucidação da Câmara, se mantém o programa que anunciou, quando apresentou o Govêrno, de continuar a obra do Govêrno do Sr. José Domingues dos Santos. Sendo assim, S. Exa. o Sr. Presidente do Ministério tem de pedir a sua demissão amanhã.

A bem sei que é no Parlamento que os Governos devem cair, mas visto que é praxe adoptada pela República de que quem manda é o Directório Democrático, quem manda é o Partido Democrático, o Sr. Vitorino Guimarães, que se apresentou para continuar a obra dos Srs. José Domingues dos Santos e Pestana Júnior, é um vencido do Partido Democrático, um derrotado pelo congresso do seu Partido. Nestas condições tem que deixar o Govêrno, para obedecer às indicações partidárias. Isto até, porque desejo tirar de dificuldades a maioria democrática, ou antes, as duas partes da maioria.

Estou convencido de que o grupo do Sr. José Demingues dos Santos precisa saber se V. Exa. se mantém na mesma atitude...

O Sr. José Domingos dos Santos (em èparte): - Eu não preciso de ser elucidado. Quando eu necessitar de qualquer esclarecimento, então perguntarei a V. Exa.

O Orador: - Eu estou a esclarecer V. Exa., até com aquele carinho que se deve ter pelos vencidos. Já V. Exa. vê que não sou tam mau adversário como V. Exa. pode supor.

Isto justamente porque sou inofensivo e quero ser carinhoso para com os vencidos.

Desejo eu, portanto, para elucidação do Sr. José Domingues dos Santos, que V. Exa. diga se mantém o seu programa inicial. Se V. Exa. o mantém, não pode o Sr. António Maria da Silva dar-lhe o seu apoio, e se V. Exa. vai mudar de progra-