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Sessão de 11 de Junho de 1925 25

lá, no mês de Junho, inscrita no orçamento uma verba de 200 contos para acudir à crise de trabalho, e ao mesmo tempo para de alguma maneira beneficiar as condições de higiene das povoações.

Pareceu-me que, encontrando-me a meio do ano económico, não devia distribuir senão metade dessa verba, deixando a outra metade para ser distribuída na segunda parte do mesmo ano económico.

Distribuí, Sr. Presidente, na verdade, metade da verba, ou fossem 100 contos, mas lembro-me bem da campanha que se fez à minha roda.

Se bem que tivesse o cuidado de assim proceder, o facto é que aqui no Parlamento me anunciaram várias interpelações, que, na verdade, me teriam derretido se não tivesse caído.

Essa verba depois desapareceu por completo, naturalmente com o receio de que lá voltasse outro nacionalista, e então fez se melhor. Aplicou-se a qualquer necessidade. Aplicou-se àquilo a que mais conveio. Assim é mais simples, embora não seja em harmonia com as regras da contabilidade.

Digo isto apenas para estabelecer confrontos de formas de proceder.

Não censuro o Sr. Ministro do Trabalho. O acto praticado por S. Exa. não chega mesmo a ter valor em relação a tantas outras cousas que vejo feitas pelos seus colegas.

O Sr. Ministro do Trabalho é ainda um inocente em relação à maioria dos seus colegas. E claro que eu não sei bem se o Sr. Ministro do Trabalho evitou a tal criação das comarcas só pelo desejo de ser útil ao seu país. Mas isso não interessa. A verdade é que S. Exa. prestou um serviço à República.

Agora - e ditas a propósito as palavras que acabei de proferir - direi apenas o seguinte: êste lado da Câmara não acredita na proficuidade dos trabalhos parlamentares. As lutas que dividem a maioria hão de opor-se tenazmente a que saia qualquer cousa de proveitoso para o País, da prorrogação que a Câmara vai votar.

A minoria nacionalista não poderá, porém, ser acusada de impedir o funcionamento do Congresso. Não votamos, é certo, a proposta em discussão, mas também não impediremos que ela se vote. A maioria que a apresentou que a vote.

Tenho dito.

O orador não reviu.

Lê-se e é aprovada a proposta do Sr. Almeida Ribeiro, do teor seguinte:

Proposta

Proponho que a Câmara dos Deputados tome a iniciativa da prorrogação da presente sessão legislativa, realizando-se para êsse efeito a necessária reunião conjunta das duas Câmaras. - A. Almeida Ribeiro.

Entra-se no período de

Antes de se encerrar a sessão

O Sr. Dinis de Carvalho: - Sr. Presidente: pedi a palavra para chamar a atenção do Sr. Ministro do Interior para as propotências cometidas no concelho de Alenquer pela respectiva autoridade administrativa.

Depois dos tristes incidentes da semana passada, o administrador do concelho, em vez de proceder contra quem havia cometido toda a sorte de perseguições e violências, começou a prender a torto e a direito pessoas cuja rectidão e honorabilidade deviam estar acima de quaisquer suspeitas.

Parece-me que uma autoridade administrativa que assim procede não deveria ter por mais Atempo a confiança do Govêrno.

Assim eu pedia, mais uma vez, ao Sr. Ministro do Interior para mandar averiguar o que se tem passado em Alenquer e proceder como é de justiça.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Interior (Vitorino Godinho): - Sr. Presidente: quando há dias o Sr. Dinis de Carvalho me narrou alguns dos factos passados em Alenquer, tratei de me informar junto do Sr. governador civil do que se havia passado. Foi-me então dito que nenhuma informação havia do que o administrador dêsse concelho havia procedido menos correctamente.

Em todo o caso o Sr. governador civil entendeu conveniente enviar ali um seu