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Sessão de 15 de Junho de 1925 17

Estou convencido que alguma cousa hei-de obter dêste Parlamento.

Antes de terminar, devo dizer que as palavras que pessoalmente me dirigiram são certamente filhas da benevolência, mas por isso mesmo mais profundamente mo sensibilizaram.

Foi aprovada por unanimidade a moção.

Trocam-se explicações da Presidência com o Sr. Tavares de Carvalho acerca de um requerimento dêste Sr. Deputado para a discussão de projectos de lei.

O Sr. Presidente: - Continua o debato sôbre a questão de Macau.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: - Quando V. Exa. considerou aprovada a moção do Sr. Pires Monteiro por unanimidade, foi certamente sem o aditamento do Sr. Rodrigues Gaspar, não é assim?

O Sr. Presidente: - Foi somente a moção.

O Sr. Rodrigues Gaspar: - Sr. Presidente: como eu pedi para juntar a essas saudações o nome do Sr. Ministro da Marinha, peço a V. Exa. o obséquio do, caso assim o entenda, submeter a apreciação da Câmara a minha proposta de aditamento.

O Sr. Presidente: - Em vista da manifestação da Câmara aprovando a moção, considero também aprovada a saudação ao Sr. Ministro da Marinha.

O Sr. Presidente: - Continua pois em discussão o debate sôbre Macau e continua no uso da palavra o Sr. Ferreira da Rocha.

O Sr. Ferreira da Rocha: - Sr. Presidente: antes de continuar no aso da palavra acerca do debate sôbre Macau, permita-me V. Exa., Sr. Presidente, que mais uma vez peço à Mesa da Câmara aquele respeito que deve haver pelo Regimento.

Bom será que os Srs. Presidentes de vez em quando releiam o Regimento de forma a evitar que o período "antes da ordem do dia" seja prolongado contra os seus preceitos, como hoje aconteceu com a moção apresentada pelo Sr. Pires Monteiro, sôbre a qual usaram da palavra muitos Srs. Deputados.

Bom será, pois, repito, que os Srs. Presidentes releiam de vez em quando o Regimento do forma a que não nos vejamos obrigados a convidá-los a respeitar uma cousa, que S. Exas. devem ser os primeiros a manter e respeitar.

Sr. Presidente: o debate sôbre Macau quási que perdeu a oportunidade política, se é que ela alguma vez a teve, depois da realização do Congresso Democrático,

A Câmara entendeu que sôbre a administração de Macau se devia fazer uma larga discussão.

Acerca propriamente da administração de Macau, o Sr. Deputado interpelante referiu-se a tr6s dos mais importantes problemas: a delimitação, a questão do ópio e a exploração do porto.

Simplesmente o Sr. Deputado interpelante, que conhece êstes três problemas, os misturou nas suas considerações.

É conveniente, pelo menos para os Srs. Deputados que têm interêsse por êste assunto de política colonial, definir êsses três capítulos.

No espírito do Deputado interpelante houve certos erros nos seus raciocínios e conclusões.

Comecemos pela questão da limitação de Macau.

Macau não tem ainda limitação definida pelo tratado com a China.

Reconheceu-se a soberania portuguesa em Macau principalmente por conveniência de ordem diplomática, indo contra os desejos dos chineses vizinhos.

O tratado foi mal recebido por êsses vizinhos.

Para os chineses vizinhos de Macau, Macau era a antiga cidade que estava dentro da península e alguns lugares fora das muralhas.

Mas adentro da península não havia ilhas, e portanto dentro da limitação.

Mas havia Cantão, para quem esta questão é importante. Todos os partidos da oposição procuram criar atmosfera no estrangeiro, e encontram nos países fracos como Portugal meio próprio para o fazer.

Assim podem preponderar certas medidas que Cantão reclama.

O problema da limitação de Macau é de intensidade maior ou menor, por culpa