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Sessão de 15 de Junho de 1925 19

e já antes tinha voltado. Também vários outros navios chineses tinham saído e voltado, fazendo o mesmo, isto é, não indo para o quadro dos navios de guerra, mas para onde queriam. Ora, evidentemente, que eu não tenho conflitos com ninguém, se entender que devo transigir sempre com quem não acata as minhas ordens. Terei eu algum conflito com a Espanha se deixar os seus navios entrar e sair do Tejo sem acatarem as ordens da nossa capitania? Não, e assim não custa nada ser pacifista.

O Sr. Rodrigo Rodrigues: - V. Exa. afirma que durante o tempo em que fui governador houve algum navio chinos que saiu e entrou no porto de Macau sem respeitar as ordens da capitania?

O Orador: - Sim, senhor.

O Sr. Rodrigo Rodrigues: - Não tive disso conhecimento.

O Orador: - Afirmo a V. Exa., com o testemunho do capitão do porto. Êsse testemunho é fácil do obter; o próprio Sr. Ministro pode confirmar o que afirmo, porque é fácil obter as informações oficiais.

Mas sou também da opinião do Sr. Deputado interpelante, do que é necessário em Macau uma política pacifista, e de que emquanto não fizermos um tratado comercial com a China não podemos ter vantagens de apetrechar o porto de Macau ; sou também de parecer, como o Sr. Deputado interpelante, que devemos fazer o possível para viver bem com os nossos vizinhos, ou, ainda mais, que devemos ir ao encontro dos interêsses da China, procurando1 uma delimitação que não seja a pretendida pelos egoístas, que defendem pontos máximos que sabem nunca poderão obter, mas que seja uma delimitação baseada em pontos práticos que nos sirvam e que dêem algumas compensações aos chineses. E esta a minha opinião, inteiramente igual à do Deputado interpelante; mas entendo também que emquanto não conseguirmos realizar êsses desejos, o nosso dever é manter os direitos conquistados, sem ceder em nada. Aquilo que estou pronto a largar quando discutir para arranjar compensações em troca, não o quero ceder antes disso.

Emquanto isso não fôr realizado, entendo que todo o porto interior de Macau devo continuar sob a nossa acção.

O Sr. Velhinho Correia: - O que eu queria dizer a V. Exa. era que o ponto do vista de direito que V. Exa. pôs, do que águas comuns pertencem aos dois países, não é um ponto de vista que não tenha a sua excepção, e como Portugal, durante séculos, mantendo inteiramente sou todo o porto de Macau, podia ser uma excepção, eu tive ocasião de perguntar no Ministério dos Estrangeiros se êsse caso era único, e tive como resposta, de uma pessoa categorizada, que não: que casos havia de um país ser só êle o dono das águas que separam duas terras.

O Orador: - Sr. Presidente: o Sr. Deputado que acaba de me interromper sabe tam bem com eu que os argumentos que acaba do apresentar tenho eu passado a minha vida a apresentá-los e a redigi-los.

Essa discussão é uma discussão a fazer quando se discutirem os limites, e a obrigação do um governador é conservar integralmente aquilo que recebeu para integralmente o entregar a quem o vá substituir.

A outra questão importante, que o Sr. Deputado interpelante confunde nas suas consequências com a exploração, é a questão do ópio.

O ópio é consumido largamente pelos chineses, constituindo uma fonte de largos rendimentos para a China.

O ópio constituiu sempre um meio do que as alfândegas chinesas se serviram para conseguir obter a maior parte dos seus rendimentos.

A certa altura a intervenção humanitária da América começou, levantando um clamor extraordinário sôbre os efeitos deletérios do ópio na China, e, de discussão em discussão, do intervenção diplomática em intervenção diplomática, chegou-se, ao fim do várias conferências, ao seguinte resultado: a China proibiria o fumo do ópio gradualmente em 10 anos, assim como o cultivo da papoula, e a colónia inglesa, mais interessada, proibiria e exportação para a China.