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Sessão de 6 de Julho de 1925 19

Sr. Afonso Costa. Simplesmente o Sr. Afonso Costa tem medo de ser tirano, e o Partido Democrático, o partido da Igualdade e da Fraternidade, continua a andar à procura dum tirano para exercer a sua vontade duma forma inflexível sôbre a vontade dos cidadãos portugueses.

Era assim que procedia a sociedade jacobina em França, a quando da Revolução.

Infelizmente para o Partido Democrático, felizmente para nós, quando um tirano surge, quando um tirano aparece, é tam baixo como era o Sr. Pestana Júnior, ou faltam-lhe as asas, como faltavam ao Sr. José Domingues dos Santos.

Se tivéssemos Poder Moderador a sua função seria muito diversa e êle apreciaria como devia a actividade política.

Se o Sr. António Maria da Silva cair, só há um caminho: chamar o Partido Nacionalista.

Nós acreditamos piamente na boa vontade do Sr. António Maria da Silva em acabar com a truculência exagerada e com a inteligência do Sr. José Domingues dos Santos.

O Sr. António Maria da Silva apresenta-se como conservador nos processos, mas radical nas ideas; S. Exa. representa um papel de usurpador dos nossos direitos.

Apoiados.

O seu programa é um conjunto de afirmações que ofendem a consciência nacional.

O Sr. António Maria da Silva não tem o direito de usurpar os nossos direitos.

Sr. Presidente: vou terminar, mas antes direi que o Sr. Presidente da República não pode reconhecer como boa política, se o Sr. António Maria da Silva cair, o chamamento ao Poder do Partido Democrático, c"m qualquer agrupamento que vive à custa das dissensões dos partidos.

Chegou a hora de o Par tido Nacionalista ser chamado ao Poder; o contrário seria um opróbrio, uma ofensa aos legítimos interêsses da ordem.

Tenho dito, Sr. Presidente.

O orador não reviu.

O Sr. Tavares de Carvalho (para um requerimento): - Sr. Presidente: requeiro a V. Exa. se digne consultar a Câmara sôbre se permite que a sessão seja prorrogada até à terminação do debate político, com a interrupção que S. Exa. entender.

Foi aprovado.

O Sr. Sá Cardoso: - Sr. Presidente: não podem as minhas palavras, as primeiras a pronunciar, deixar de ser de saudação para o Ministério que está presente, onde conto com a amizade de muitos dos seus membros, e dalguns até com uma amizade muito íntima, sentindo, Sr. Presidente, que não estejam presentes dois dos membros dêsse Govêrno, o Sr. Portugal Durão e o Sr. Pereira da Silva, um por estar doente, outro porque um infausto acontecimento acaba de lhe criar uma grande dor.

Sr. Presidente: apresentadas a S. Exa. todas, sem excepção, as minhas saudações, não quero também deixar de cumprimentar os membros do Govêrno transacto, e como está presente nesta sala o Sr. Vitorino Guimarães, que era o Presidente do então, a S. Exa. endereço daqui os meus cumprimentos.

As segundas palavras são palavras de saudade, proferidas por quem durante ano e meio caminhou o acompanhou democráticos e independentes, formando uma fôrça parlamentar, que permitiu a formação de vários Governos, todos êles debaixo da mesma orientação.

Sr. Presidente: porque muito se tem dito, e nem sempre com verdade, acerca da situação da Acção Republicana, eu tenho de pedir à Câmara que me releve o tomar-lhe algum tempo com um pouco de história, para que todos, e principalmente a Acção Republicana, firmem a sua situação.

Sr. Presidente: quando os homens que fazem parte do Grupo da Acção Republicana se afastaram do Partido Nacionalista, houve necessidade de constituir um Govêrno, o que não era possível ao Partido Republicano Português. E vai então, Sr. Presidente, de lançar mão da formação de uma força nova, a do bloco parlamentar, para que êle servisse, como que de muleta, ao Partido Republicano Português, e lhe permitisse governar, pelo menos em companhia da Acção Republicana e do Grupo dos Independentes. E foi assim que o Grupo da Acção Republicana aceitou Sucessivamente as in-