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Sessão de 10 de Julho de 1925 15

O Orador: - Foram as palavras proferidas pelo Sr. Pedro Pita. Estive com muita atenção e tomei nota das palavras de S. Exa.

O Sr. Pedro Pita: - Mas ou não vejo que as dissesse.

O Orador: - Ora ainda bem, Sr. Pedro Pita.

Tomos, portanto, uma acção de oposição salvadora e S. Exa. faz parte da oposição salvadora desta casa do Parlamento.

Que fazer, portanto, depois das promessas de alguns Srs. Deputados nacionalistas, depois da promessa gentil, como todas aquelas que faz uma pessoa tam amável como é o Sr. Ginestal Machado, que ainda há dias me dizia nesta Câmara que estava inscrito para combater a proposta, e no emtanto S. Exa., assim como os restantes Deputados nacionalistas, dispunham se mas era a salvar a proposta como acabam de fazer.

Vai, portanto, haver uma discussão simulada, vai haver um simulacro de estudo das contas do Estado, e assim ficamos sabendo que os únicos Deputados que ainda não tinham assinado a outra proposta oram os Deputados nacionalistas, que também concordam com ela e tanto concordam que acabam de a salvar.

Em tais condições que fazermos nós, única oposição e tam reduzida nesta Câmara, para evitar êsse simulacro de discussão?

O próprio Sr. Cunha Leal... Quem ouvisse S. Exa. com todo aquele ardor e entusiasmo de grande parlamentar que é, atacar aquela proposta, dizendo, que ela representava uma hipocrisia, que não podia de maneira alguma admitir essa hipocrisia, dando assim a impressão de que queria combatê-la, para afinal cinco minutos depois vir confessar que o que queria era salvá-la!

E nisto que reconheço que a maioria democrática é diferente porque faz todas as violências que entende e não se importa de arcar com todas as responsabilidades.

Os outros servem para os ajudar, mas querendo deixar a aparência de que os combatem, quando afinal só os servem e ajudam. Assim como o Sr. António Maria da Silva, quando prendeu aqueles 40 Srs. Deputados para assinarem aquele artigo retirado da discussão, tinha em vista servir-se êle próprio, como Govêrno, daquilo que tinha levado os outros a votarem, quando estava no Poder outro Govêrno, mas sabendo êle já que era para êle aproveitar-se, quem sabe se também por parte da minoria nacionalista não haverá o propósito de julgarem que ainda venham a ser êles a aproveitar-se desta discussão?

Assim já sabemos que no actual ano não há Orçamento.

Então não era preferível chamar-se duodécimos?

Ao menos eram duodécimos francos, duodécimos canhotos; assim temos duodécimos bonzos ou nacionalistas.

O Sr. Sousa da Câmara: - Isso é uma fobia.

O Orador: - Não é, Sr. Sousa da Câmara.

O Sr. Pedro Pita: - Lá está V. Exa. connosco a contas.

O Orador: - Estou porque me custa a ver que V. Exas., querendo dar uma aparência de oposição, são mais governamentais que a própria maioria.

O que eu vejo é que estão todos unidinhos.

O Sr. Francisco Cruz (interrompendo): - V. Exa. berra por tudo e contra tudo.

O Orador: - V. Exa. é que não berra quando nos querem tirar o direito de discutir a aplicação do dinheiro dos contribuintes, apesar de estar sempre a apregoar que estão ao lado deles.

Se V. Exas. realmente reconhecem que há uma necessidade primordial de reduzir as despesas do Estado, como é que vão votar uma proposta pela qual não são discutidos os orçamentos?

Como é possível discutir assim os escândalos contra os quais V. Exas. se revoltam, aliás sinceramente, quero acreditá-lo?

Quando se trata do Conselho de Seguros Sociais, V. Exas. esbarram com a dificuldade de lá terem também correligionários.