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16 Diário da Câmara aos Deputados

O Sr. Francisco Cruz (interrompendo): - Quando se trata do fazer justiça, nunca fiz distinção de correligionários.

O Orador: - O que eu pasmo é como V. Exas. deixaram aprovar uniu proposta que não deixa que se apreciem êsses escândalos.

Como a paixão política leva V. Exas. a não deixar discutir agora o que tantas voz tem combatido!

Eu, quando vi entrar hoje na sala a minoria nacionalista, disse: até que emfim que os nacionalistas nos vêm ajudar no combate a esta proposta.

Porque, Sr. Presidente, se mio fôssemos nós, ela já estaria aprovada há que tempos.

Mas, depois, que extraordinária desilusão!

Assim, V. Exas. pediram a palavra, como tem sucedido várias vezes nesta Câmara, para pouco depois todos desistirem dela.

Sr. Presidente: não mo alongarei em muitas considerações, porque as responsabilidades estão claramente definidas perante o país, e assim creio bem que toda a gente ficará sabendo o seguinte: é que já havia a intangível Lei da Separação, e agora fica a haver outra cousa intangível: é a discussão daquelas despesas com que o país não pode, e que todos os Srs. Deputados republicanos não consentem, sequer, que se discutam, porque é facto assente que tem do continuar e que o país tem do pagar todos Ossos esbanjamentos escandalosos, tem de pagar a todos êsses funcionários que não são funcionários, porque não tem funções a desempenhar, fazendo até favor aos chefes de serviços em não porem os pós nas repartições, porque não tem competência para exercer os seus lugares.

Estão nas repartições apenas por serem revolucionários, impedindo de trabalhar aqueles funcionários, e tantos são, competentes, modelares o assíduos no cumprimento dos seus deveres, e que estão a receber vencimentos que não chegam para as necessidades da sua vida, porque a parasitagem que figura nos orçamentos do Estado suga o dinheiro que a êsses outros funcionários bons e modelares devia ser dado como retribuição dos serviços que prestam ao Estado.

O Sr. Pedro Pita: - V. Exa. dá licença que mo ausento da sala por uns minutos?

O Orador: - O Sr. Pedro Pita está com modo de ir lá fora porque receia que não haja número para votar u sua proposta.

O Sr. Pedro Pita: - Evidentemente, como a proposta é minha, tenho empenho em que ela seja aprovada.

O Orador: - Desta vez não posso ser agradável a V. Exa., porque vou terminar as minhas considerações e então já V. Exa. pode ir mais à vontade.

Como não há, número, aí têm V. Exa. uma maneira de não ficarem com toda a responsabilidade em cheio da votação que vai fazer-se.

Sr. Presidente: dito isto, termino, frisando que êste lado da Câmara fez tudo quanto lhe era possível para evitar a aprovação desta proposta, lutando assim pelos bons princípios o por entendermos que é indispensável à redução feroz das despesas públicas ; de opinião contrária, são todos os Srs. Deputados republicanos, que entendem que não se deve fazer nenhuma dessas reduções.

Está posta a questão perante o País, e ai têm V. Exas. uma bola plataforma eleitoral, com a qual podem ir todos os Srs. republicanos, o principalmente os Srs. republicanos nacionalistas, que hoje vieram salvar esta proposta com a sua intervenção no debate.

Tenho dito.

O orador não reviu, nem os apartes foram revistos pelos oradores que o fizeram.

O Sr. Velhinho Correia: - Sr. Presidente: dois minutos apenas para dizer algumas palavras.

As minhas considerações são estas: eu entendo que é absolutamente necessário votar se a proposta que estava na Mesa, assinada por 40 Srs. Deputados.

Não era de maneira nenhuma desprestigiante uma regra que é adoptada por todos.

Por outro lado, Sr. Presidente, também devo declarar a V. Exa. com toda a lealdade que se realmente as oposições estão na disposição de votar o Orçamento, com