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20 Diário-da Câmara dos Deputados

actualmente o ensino secundário no nosso país, vemos que as instalações laboratoriais não são, apesar de deficientíssímas, nada comparáveis àquelas que há 20 anos possuíamos. Sfto insuficientes, quási não existem em muitos liceus, mas, no emtanto, não nos acontece ver que o ensino das sciências físico-naturais, por exemplo, se ministra como há anos, sem nenhuma feição prática.

Além disso, notemos que se entre o professorado de então havia homens de alto valor, a verdade é que não havia o mesmo cuidado do selecção de hoje. E então ocorre-me preguntar: como é que com melhores instituições laboratoriais, maior cuidado na selecção do professorado, não só conseguem actualmente tirar do ensino secundário maiores vantagens do que as obtidas com o regime de disciplinas isoladas?

E que não podemos, de facto, realizar êsse ensino ou êle se não adapta à inteligência portuguesa.

Mas dizia eu há pouco que é meu desejo, só porventura neste lugar me demorar, alargar o quadro dos professores agregados dos liceus. Mas só com a lei na mão poderei satisfazer os desejos do Sr. Alberto Jordão. Emquanto aqui estiver, somente a lei eu farei cumprir...

O Sr. Alberto Jordão (interrompendo): - E a propósito da verba dos 40.000$ para reparações?

O Orador: - Somente poderei dizer a V. Exa. que ela é ridícula, na verdade; mas que não a distribuirei sujeitando-me a qualquer capricho de ordem política.

Tenho dito.

O Sr. João Camoesas: - Sr. Presidente: numa das sessões anteriores, quando eu tinha começado a discutir o orçamento do Ministério da Instrução, tive ocasião de fazer à Câmara algumas considerações ...

O Sr. Sampaio Maia (interrompendo): - Sr. Presidente: eu tinha pedido a palavra para quando estivesse presente o Sr. Presidente do Ministério, e como S. Exa. está na sala ...

Vozes: - Não pode ser!

O Orador: -Sr. Presidente: como eu julgo que não me enganei e que V. Exa. com efeito, me concedeu a palavra, ouso fazer a diligência de dentro do tempo que resta, lazer as considerações que tenho a produzir acerca desta matéria.

Dizia eu há pouco a V. Exa. e à Câmara que numa sessão anterior, quando se iniciou a discussão do orçamento do Ministério da Instrução, tive ocasião do fazer as considerações de carácter geral que se me antolharam necessárias, e não preciso agora por isso, dado o aperto de tempo com que estamos a discutir, o porque estão ainda recentes essas minhas .considerações, avivar a memória dos Srs. parlamentares,

Sr. Presidente: discutindo-se no emtanto o capítulo 4.° do Orçamento que diz respeito às verbas destinadas à sustentação do ensino secundário, o tendo ouvido alguns dos oradores que usaram da palavra a êste respeito, o particularmente o Sr. Ministro da Instrução Publica, sinto-me moralmente obrigado a dizer a V. Exa. e à Câmara algumas palavras, em que manifeste inteiramente a minha discordância acêrca da orientação que o Sr. Ministro da Instrução Pública revela ter na matéria em debate.

Quero porém, antes de dizer as palavras que acêrca dêste assunto vou proferir, fazer o que por cumprimento, e até por disposição pessoal, devia ter feito no princípio: saudar o Sr. Ministro da Instrução Pública que chegou ao exercício daquela pasta tendo, em matéria de instrução, uma obra realizada nessa pasta, qual seja a do ensino popular na Câmara Municipal do Pôrto, quando S. Exa. fez parte da vereação respectiva, obra que se impõe pela inteligência com que foi realizada e pelos belos resultados que tem produzido.

De resto, ligam-me ao actual titular da pasta da Instrução laços de velha amizade, que mo fazem ver, com maior alegria ainda, o sen acesso àquelas cadeiras, onde estou seguro de que manifestará as qualidades de inteligência que sempre lho conheci e que sobejamente justificam a distinção honrosa do acesso às cadeiras do Poder.

Sr. Presidente: no emtanto, disse S. Exa., a propósito da finalidade do ensino secundário e da do ensino primário supe-