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38 Diário da Câmara dos Deputados

única palavra para deslocar-me desta atitude; e se não tivesse ouvido hoje produzir afirmações que precisam de ser rectificadas e postas nos seus devidos termos, não teria necessidade de vir de novo acentuar o meu ponto de vista.

Tem-se afirmado que há umas perturbações de determinados elementos políticos desta casa em face do Govêrno que têm levado à preterição, porventura, de questões vitais para o País, designadamente na questão do Orçamento.

Uma dessas afirmações não foi rebatida e foi produzida por todos os lados da Câmara, sendo absolutamente indispensável que seja examinada, porque não corresponde à verdade.

Sabe-se que, sem que o actual Govêrno tivesse tido a menor ingerência nesse -assunto, foi aqui apresentada pelo Sr. Sá Cardoso uma proposta destinada a discutirem-se ràpidamente os orçamentos.

Essa proposta, que foi apresentada e votada sem que da parte do Govêrno tivesse havido a mais, pequena aclaração, tendo apenas sido discutida por parte da minoria monárquica, teve da parte da quàsi totalidade da Câmara uma aceitação com carácter inteiramente patriótico, por se reconhecer que era necessário em primeiro lugar estabelecer a normalidade financeira.

Não só compreende que quem assistiu a êsse debate, que foi longo, tenha feito afirmações que são inconvenientes, som se importar com responsabilidades que nunca devia esquecer, supondo que havia quem nesta hora quisesse perturbar a discussão do Orçamento. Não é assim. A proposta do Sr. Sá Cardoso foi redigida para que, na ordem do dia, duas horas fossem destinadas exclusivamente ao Orçamento o êsse preceito da proposta tem sido executado à risca pela Mesa, Apoiados.

Bem haja a Mesa, que assim tem procedido. Ainda ontem a Câmara num debate assentou que as duas horas de discussão para o Orçamento eram intangíveis. Apoiados.

Assim praticando, podemos conseguir a votação dos orçamentos. Repilo a insinuação de que temos a idea de protelar a discussão do Orçamento.

Diga-se bem alto, para que ouça quem

deve ouvir e tenha a publicidade necessária.

Outra afirmação se tem produzido, e é de que o Partido .Republicano Português não se encontra nesta hora em condições de poder governar, e que êste partido tem governado só, quando não é assim, pois nestes três anos tem governado por várias vezes de colaboração com outros partidos, forma que devia continuar a ser praticada. Dessa forma de bloco resultou que o Govêrno do. Sr. António Maria da Silva conseguisse estar dois anos seguidos no Poder, apenas com algumas recomposições.

Eu creio que com a reunião de várias fracções desta Câmara é que se devia constituir um Ministério, situação a mais viável e indispensável na haja grave que vamos atravessando.

Foi contra isso que desde a primeira hora me insurgi, e agora também me insurjo. E é por essa razão que eu continuo a considerar inviável a situação presente.

Considero que é de adoptar a parte final da moção mandada para a Mesa pelo Partido Nacionalista, porque não compreendo que um Govêrno, tirado de uma parte do bloco, consiga fazer aquilo que os outros Governos de todo o bloco não puderam realizar.

Ainda acrescentarei, pára aqueles que tenham modo, que a fórmula que tem sido até agora adoptada é viável, e, que, portanto, não há razão para sustos.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Pinto Barriga (para interrogar a Mesa): - Peço a V. Exa., Sr. Presidente, a fineza de me dizer a que horas tenciona interromper a sessão.

Estabelece-se sussurro.

Trocam-se àpartes.

O Sr. Presidente: - Não encontro no Regimento nenhuma disposição que permita a V. Exa. usar da palavra antes do Sr. Pedro Pita, que a pediu para um requerimento.

Apoiados.

O Sr. Pedro Pita (para um requerimento): - Sr. Presidente: Requeiro a V. Exa. se digne consultar a Câmara