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Sessão de 16 e 17 de Julho de 1925 37

preendo, nem estou disposto a aceitar, são sobreposições, quer sejam da natureza do período desta moção a que me referi, quer se trate do propósito manifestado pelo Partido Nacionalista de em tais condições ascender ao Poder.

Declara o Partido Nacionalista, e com êle estou de acordo, a necessidade da existência, pelo menos, dum outro forte partido dentro da República.

Mas não é só no Govêrno que um partido se pode e deve fortalecer, e eu pregunto se àquele partido se torna necessário escalar o Poder para afirmar a sua existência, e se essa é a forma mais legítima e mais conveniente para os interêsses da República.

Falam-me em perturbadores.

Eu permito-me estabelecer um paralelo, nesta altura tias minhas palavras, o paralelo do que sucederia a bordo dum grande transatlântico em que houvesse uma revolta de passageiros ou da tripulação. O navio continuaria a sua marcha, sem o menor balanço, nem se daria por tal.

Mas preguuto: se essa revolta tivesse lugar a bordo dum simples catraio ou outra qualquer pequena embarcação, restariam dúvidas sôbre qual o seu destino?

Fatalmente afundar-se-ia.

E, Sr. Presidente, as nossas desavenças, quando elas têm êstes propósitos particularistas, propósitos que não são de ordem nacional, põem a República nesse risco.

É tempo de que os ânimos serenem, de se ver claramente como está pôsto não só o problema nacional, como também o problema republicano e, sobretudo, é tempo de se defenderem os interêsses nacionais.

Tenho dito.

O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

Os apartes não foram revistos pelos oradores que os fizeram.

O Sr. Lino Neto: - Sr. Presidente: o ilustre Deputado Sr. Pedro Pita, quando apresentou a moção de desconfiança, afirmou que êste debate era a continuação do debate aqui travado num dêstes dias, pela qual foi votada uma moção de confiança ao actual Govêrno.

O Sr. Pedro Pita (interrompendo): - Já ouvi isso duas vezes, e não está certo.

O Orador: - Isso não quer dizer que o não possa ouvir mais uma vez.

O Sr. Pedro Pita: - O que eu disse foi que êste debate poderia ser uma prova a tirar de uma cousa que não tivesse ficado clara.

O Orador: - O que é certo é que aquelas declarações têm sido feitas pelos outros oradores, e é certo também que até hoje nenhum facto novo se deu que possa ter modificado a resolução primeiramente tomada.

Nestas condições, Sr. Presidente, a minoria católica, coerente com a sua orientação, não tem que modificar a atitude que já tomou quando aqui foi votada a primeira moção de confiança.

O assunto da ordem pública é na verdade para ponderar, porém êsse facto é devido à situação que o País atravessa.

Disse o ilustre Deputado Sr. Rodrigues Gaspar, e muito bem, que a responsabilidade dêsse facto é não do Govêrno que se encontra no Poder, que na verdade não tem ainda actos de relevo, mas sim de todos os partidos políticos, e eu acrescentarei mais: que êle se deve em grande parte também à forma como têm sido encarados os problemas sôbre a formação do carácter e sôbre a organização do trabalho neste País.

Assim eu devo dizer à Câmara que a minoria católica não tem de facto que modificar a sua atitude, muito principalmente sôbre a moção apresentada pelo ilustre Deputado Sr. Pedro Pita, na parte em que ela envolve assuntos políticos, rejeitando-a, portanto, nesta parte-

E dêste modo julgo ter cumprido o meu dever, servindo os interêsses do Pais. e servindo a Constituição.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Jaime de Sousa: - Por ocasião da apresentação do actual Govêrno a esta casa do Parlamento tive ensejo de tomar uma determinada posição.

Depois do alguns dias de vida do Govêrno, não tenho hoje que pronunciar uma