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34 Diário da Câmara dos Deputados

Leal nem com o Partido Nacionalista, porque me encontro em frente de um processo diverso.

No incidente que nesta Câmara provocou a discussão em que nos ocupamos, eu não posso estar de acôrdo nem com o Sr. Cunha Leal nem com o Partido Nacionalista, porque me encontro em frente dum meio político com cujo uso eu não posso concordar.

Acaso, Sr. Presidente, alguém pensa que à questão que só debate nesta Câmara tivesse surgido pela ordem natural dos sucessos políticos? Não, Sr. Presidente, Está no espírito de todos, e7 o que é mais grave, está no espírito do País inteiro que se trata duma arma forjada ao acaso o para determinado efeito, e nada mais.

Sr. Presidente: nós estamos assistindo ao discutir de uma questão levantada em negócio urgente, através dum facto que não corresponde absolutamente ao que a Câmara autorizou.

A Câmara consentiu que o Sr. Sampaio Maia tratasse em negocio urgente da questão da ordem pública, mas não da situação política do Govêrno.

Mas, Sr. Presidente, eu já vi atacar o Govêrno, porque alguns presos de S. Julião da Barra tinham fugido. E surpreendente que o facto tam banal na vida dêste Puís, como é o fugirem presos políticos, muitos ou poucos - têm estado a fugir, todos os dias das prisões - se lhe de um tam grande volume, a ponto de o querer transformar numa acusação ao Govêrno!

Chega a parecer que aqueles que procuram transformar em casca de laranja êste facto tam comesinho tenham sido os que prepararam a fuga dos presos.

Sr. Presidente: o Sr. Pedro Pita, meu ilustre colega nesta Câmara e adversário que também muito respeito o considero, pôs a questão claramente, dizendo que coou efeito se trata de fazer repetir o debate político.

Estamos em face daquela rotina que se executa contra o Govêrno, no propósito de o fazer cair.

Mas pregunto eu: faze-lo cair porquê?

Acaso os homens que estão no Poder não são políticos, com as suas provas dadas, a maior parte dêles com competência reconhecida que o País respeita?!

Acaso não são êles de toda a confiança,, pela forma como sempre têm seguido os seus processos políticos, pela honestidade de toda a sua vida?

Por acaso não vemos nas cadeiras do Poder alguns dos homens a quem se deve o resurgimento financeiro?

Por acaso não foi o Sr. António Maria da Silva, através de todos os trabalhos, que conseguiu o resurgimento financeiro?

Há dois anos, não era o cavalo de batalha do Sr. António Maria da Silva o fazer aprovar os orçamentos como agora, pretende, o não foi a mais valiosa de todas aquelas medidas que êsse Govêrno conseguiu fazer votar nesta casa do Parlamento?

E não fazia parte do Govêrno o Sr. Portugal Durão, a quem a Pátria deve tantos serviços?

Sr. Presidente: isto não é o bastante para que o próprio Partido Nacionalista respeite Ossos homens, e consinta que êles produzam nova obra?

Pois não há o direito de deixar trabalhar estas figuras, que o País respeita, a quem a República deve tantos serviços, de os deixar trabalhar, repito, para bem de todos nós, em vez, do procurar derrubá-los com censura do País e repulsa que pode ser muito grave para os republicanos?

Sr. Presidente: disse o ilustre Deputado Sr. Cunha Leal que era necessário estabelecer-se o equilíbrio na sociedade portuguesa, que ora preciso que dentro da República os republicanos procedessem de outra maneira, juntando-se para salvação de nós todos.

Já que tenho ouvido falar em perturbadores da vida da Nação, pregunto se não são dos mais perigosos perturbadores aqueles que pertencem também a uma região que ainda não está classificada com uma bandeira, aqueles que aos correligionários apontam uma pistola dessa natureza.

Sr. Presidente: é o Sr. Sampaio Maia, que pertence ao grupo Acção Republicana, grupo por quem tenho consideração igual à que tenho pelo. Partido Nacionalista, porque também na Acção Republicana há homens a quem a República muito deve, há homens a quem se devem grandes serviços desde a implantação da República, e até mesmo antes. E, sendo-