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30 Diário da Câmara dos Deputados

um movimento revolucionário, o, aqui dentro, há republicanos ou monárquicos, que possam arguir o Govêrno de ter querido impedir o eco de mais um movimento revolucionário?

Sr. Presidente: igualmente foi o Sr. Presidente do Ministério acusado de ter deixado fugir do S. Julião da Barra alguns presos políticos.

Isto mostra que não estamos em frente de um GovCrno de carcereiros, o que não acontece cora o Govêrno de que o Sr. Sampaio Maia Tez parto.

Interrupção do Sr. Cunha Leal que se não ouviu.

O Orador: - Eu digo ao Sr. Cunha Leal: se V. Exa. não quisesse ter saído da Torre do S. Julião da Barra do cabeça levantada, V. Exa. teria podido fugir como qualquer outro, porque quem quere sair dali sai quando quiser.

Ainda ontem recebi uma carta dum preso dizendo-mo que não tem fugido por não ter querido. Mas também no tempo dos outros governos fugiu gente...

O Sr. José Domingues dos Santos: - No tempo do meu Govêrno houve vários presos que adoeceram para baixarem ao hospital, de onde esperavam escapar-se, mas ou mandei cercar o hospital, mesmo contra a opinião do seu director, a fim de lhes frustrar o intento, e nunca fugiu ninguém.

O Orador: - Tenho a impressão de que houve fugas durante o governo de S. Exa. Hão me posso inteirar agora, mas amanhã já o poderei fazer pelos jornais da época.

O Sr. Sampaio Maia, porém, acusou também o Govêrno de pretender minorar a situação dos presos políticos. O que ou não compreendi ontem, a esto respeito, foi a atitude assumida pelo Partido Nacionalista, depois de se terem revelado os propósitos do Deputado referido.

É ou não verdade que o Partido Nacionalista tem defendido publicamente a doutrina de que abusivamente foram separados do serviço, por uma lei de efeitos retroactivos, alguns oficiais implicados nesse movimento de 18 de Abril?

Então pregunto: como é que pode aquele Partido fazer causa comum com aqueles que acusam o Sr. Presidente do Ministério única o simplesmente pela suspeita do que êle podia amanhã abraçar a mesma doutrina?

Não compreendo, e tanto mais quanto é certo que a meu ver e 18 de Abril foi, ainda uma consequência desastrosa da política de violências que tinha existida um pouco antes, e então o Pais, que existe, quer os políticos queiram, quer não, há-de ver com muita admiração aliarem-se no mesmo objectivo político aqueles que foram os autores dessa política e aqueles que foram os seus mais irredutíveis adversários; e há-de julgá-los a todos!

Apoiados.

A atitude do Partido Nacionalista hoje, a meu ver, é bem diversa.

Apresentou o Sr. Pedro Pita uma moção na qual só pretende indicar, inconstitucionalmente, como já aqui bem o fez sentir o Sr. Joaquim Ribeiro, ao Sr. Presidente da República, que está aquele Partido apto neste momento a governar. Eu não posso votar essa moção porque sou democrático, porque apoio o Govêrno e porque não compreendo, nem concebo, que qualquer outro partido possa servir melhor a República e o País que o meu próprio Partido. Mas, fazendo esta afirmação, tenho também a sinceridade de declarar que compreendo que os direitos dos nacionalistas a governar são exactamente iguais aos dos democráticos.

Apoiados.

A mim não me assusta que a República fique entregue nas suas mãos, porque os considero tam republicanos como eu e como os meus próprios correligionários.

Apoiados.

Não voto a moção porque não sou nacionalista, mas compreendo o achou bem diversa da atitude que aqui ontem tomaram, congregando os seus esfôrços com os duma outra facção para derrubar um Govêrno que ainda não praticou qualquer obra governativa.

Apoiados.

Sr. Presidente: vou terminar, mas não o quero fazer som dizer daqui ao País, se bom que êle o saiba tam bem como eu, que foi prorrogada a sessão legislativa, não com o fim principal de se discutirem e votar os orçamentos, mas única e