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Sessão de 16 e 17 de Julho de 1925 33

Nem inconstitucionalidade, nem propósito de agressão; pelo contrário, e digam o que quiserem.

O que ninguém nos pode negar é esta independência de carácter, a de pôr claramente a nossa posição de Partido.

Onde está aqui a inconstitucionalidade?

Há qualquer coacção nisto?

Atitude mais clara não pode haver.

Para salvar a República, temos descido a ir às comissões com propostas financeiras, a fim de darmos a nossa cota parto de esfôrço na obra de colaboração com o país, não nos importando com o fado de estarmos na oposição para nos sujeitarmos a todos os sacrifícios.

Chegou porém a hora em que nós dizemos ao Congresso da República: homens para colaborar ora com uns, ora com outros, para colaborar numa espécie de barraca de feira, para servir a vaidade de uns ou de escudo a outros não.

Essas atitudes não as queremos mais.

Tomamos a atitude que é digna de nós, como partido, e que é digna de toda a Câmara.

Se a nossa colaboração é necessária à República, nós damo-la, mas o nosso servilismo é que não pode servir a ninguém.

Apoiados.

Eis, Sr. Presidente, explicada a nossa posição em face da crise que se desenha.

Não venham com habilidades, porque o País esta cansado delas.

Diz-se: ainda não vieram as obras do Govêrno.

Mas V. Exa., Sr. Presidente, sabe muito bem que os Governos não têm aqui sido derrubados pelo que fazem.

Não nos venham portanto, perante uma crise que é mais grave do que parece, atirar com palavras.

Desenha-se dentro da República um conflito iminente.

É que é que determina a instabilidade da vida do Govêrno?

É a confusão da Câmara.

Ora uma confusão nunca se pode tornar uma cousa clara emquanto se não ponha a mesma Câmara à prova do que ela quere.

Mas diz-se que isto vai dar à dissolução.

E as pessoas que querem impor à Câmara a hesitação que naturalmente tem qualquer indivíduo em pegar numa pistola para dar um tiro na cabeça acrescentam: mas porque não há-de ser dada a dissolução com a morte natural?

Esclarecida a nossa atitude - e talvez fôsse necessário fazê-lo - peço a V. Exa. as que examinem o problema em sua consciência e decidam segundo os altos interêsses do país.

Não enjeitamos as responsabilidades do Poder o mostramos que estamos à altura de o assumir.

Se entenderem que o problema deve ter outra solução, dormiremos com o mesmo socêgo e tranquilidade de espírito.

Pensarem que nós poderemos ser a pistola que descarrega à sua ordem, é que não.

Essa idea tem de morrer.

Meditem bem antes de darem os seus votos.

S. Exa. foi muito cumprimentado.

O Sr. Vasco Borges: - Vou ter a honra de responder às considerações feitas pelo meu ilustre colega nesta Câmara, Sr. Cunha Leal.

Se considero isso, de antemão, um facto honroso, é porque dele não resultará, estou certo, qualquer discordância que pessoalmente me incompatibilize com S. Exa.

Tenho a maior consideração pela personalidade do Sr. Cunha Leal, e se tenho de considerá-lo meu adversário político, tenho-o também na conta de um dos meus amigos, e persuadido estou de que jamais terei de considerá-lo como inimigo.

É minha norma prestar sempre inteira justiça ainda aos meus mais irredutíveis adversários políticos, e quando se trata de um adversário político com o Sr. Cunha Leal, sou obrigado a reconhecer os altíssimos serviços que tem prestado à República e ao País.

S. Exa. pertence a una partido com que a Pátria e a República podem contar, no que respeita a patriotismo, a pureza de intenções e a competência dos seus homens.

É certo que divirjo, não direi em princípios, uma vez que, sendo republicanos como somos, os nossos princípios têm de ser os mesmos, mas em detalhe das opiniões do Partido Nacionalista. Não posso estar de acordo nem com o Sr. Cunha