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32 Diário da Câmara dos Deputados

ventura, alguns dos seus homens mais representativos estão fazendo inutilmente pela República?

Seria vergonha confessar que as crises sucessivas, renovando-se hora a hora, minuto a minuto, hão-de terminar por condenar Ossos princípios perante a própria Nação, perante os próprios partidários?

Não seria, porventura, um grande e nobre exemplo?

Pois nós podemos ignorar a realidade'?

Nao transcendo ela através das notas oficiosas dos directórios, através das informações dos jornais?

Pois o País não assiste, trémulo de medo, verificando que a República, ao fim de 14 anos, ainda Mo conseguiu criar fôrças políticas Capazes de a encaminharem para um melhor destino?

É mau, porventura, dizer, num dado momento, que é preciso deixar que os outros ensaiem as suas ideas, os seus princípios, até a vida dos sons homens para defesa da República e que chegou a hora de ir para a oposição, procurar aquela hegemonia que as lutas intestinas tem quebrado?

Não é isto o que nós pretendamos ao apresentar claramente nesta Câmara uma moção, em que se pede ao Partido Republicano Português que não resolva essas lutas intestinas estando no Govêrno?

Nestes termos., para não pôr em perigo a própria vida da República, o Partido Republicano Português abdica nos seus adversários de maior representação parlamentar, que não são adversários da República, indica ao Partido oposto ao Partido Republicano Português que assuma nesta hora as responsabilidades do Poder, porque o Partido Republicano Português quer levar e resolver as suas lutas para â oposição.

O que é que nós fizemos?

Um acto político para servir a República e nada mais.

Apoiados.

A República diz-nos: Pois bem; iniciem os senhores a sua capacidade nas cadeiras do Poder.

E nós estamos prontos a ocupá-las, sabendo os riscos que corremos, mas sabendo também que não pudemos negar a existência de uma outra fôrça organizada.

Porém, o Parlamento diz-nos que não que ainda não chegou a hora da abdicação, que não é imposta pela, fôrça das armas ou pelos canhões da Rotunda, mas que é simplesmente derivada pelo estabelecimento do lotas internas que é preciso liquidar.

Nós só temos que dizer ao Partido Republicano Português: nós não quero-mos que uma fôrça vença a outra nem pense que nós somos um instrumento para a vontade do momento. Nós não estamos aqui para resolver as lutas internas do Partido Republicano Português, estamos para mostrar o que valemos o se nos deixarem governar estimaremos porque somos uma grande maioria.

Apoiados.

Ora disse-se que afirmar estos princípios é afirmar um propósito inconstitucional. Mais: afirma-se que é restringir os direitos, a latitude do poderes do Sr. Presidente da República.

Pois que! Quem mais do que eu tem lutado nesta Câmara por que o Sr. Presidente da República exerça livremente a sua missão?!

Quem mais do que o meu Partido tem pôsto nitidamente o problema, não só para que se não exerçam coacções sôbre a vontade do Chefe do Estado, como até que as resoluções das crises governamentais se encaminhem de forma que não dêem a impressão que o Sr. Presidente da República é um delegado de qualquer directório.

Mas então nós, que temos pugnado por esta independência do Sr. Presidente da República, pedindo a S. Exa. que, mais do que as indicações do um partido, siga as indicações do País, nós é que queremos coagir o Sr. Presidente da República a não exercer a sua função como deve?!

Então é o Partido Republicano Português que, por meio dos seus directórios, por meio dos seus dirigentes, pratica erros e atitudes que o acusam, e é possível a nós aceitar a doutrina do que aquilo que é lícito ao Partido Republicano Português não é de forma nenhuma lícito ao Congresso da República?

A Câmara dos Deputados não pode dizer: "despeçam-se, deixem o Poder", e a função do Sr. Presidente da República n a o mais será coarctada?

Onde está aqui a inconstitucionalidade?