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Sessão de 16 e 17 de Julho de 1925 47

processos diferentes daqueles que acabo de expor à Câmara.

Por aqui a Câmara está vendo a imparcialidade com que eu estou falando.

Foi essa na verdade, Sr. Presidente, a última tentativa monárquica, porém, devo dizê-lo em abono da verdade, os processos então usados eram muito preferíveis àqueles que boje estão sendo seguidos por alguns homens da República.

Não estou de acordo com as pessoas que, dizendo-se republicanas radicais, se digladiam com as que não têm a sua opinião e usam para as combater dos processos mais grosseiros e desleais, incomodando as que têm a desgraça de não pensarem pela sua cabeça e terem opiniões diferentes, que defendem.

Depois de ter demonstrado, duma maneira clara, insofismável, perfeitamente incontestável, o que foi a vida do Partido Republicano Português, chego à conclusão de que de facto êste partido nunca esteve exclusivamente no Poder, que de facto êste partido, desde a implantação da República, no Govêrno Provisório, até às crises que a República sofreu depois, como foi a do período sidonista, em que se chegou a abrir os braços a todos, abdicando dos seus pontos de vista mais caros e preparando completamente a fórmula que se entendeu necessária para conciliar na mesma obra republicana todas as pessoas, embora não tendo a mesma maneira de pensar, o Partido Republicano Português nunca exerceu em Portugal o monopólio do Poder.

Efectivamente o grande mal da vida política portuguesa tem sido a instabilidade dos Ministérios.

Êstes são os factos, e não há ninguém que os possa negar, contestar, o que seria contestar a própria verdade ou negar a própria realidade.

Entretanto o Sr. Pedro Pita escreveu no primeiro período da sua moção de ordem as palavras que ali se lêem, manifestamente com o intuito de dizer que nós éramos monopolistas do Poder.

Mas não quero deixar o estudo e análise desta primeira parte da moção do Sr. Pedro Pita sem querer admitir a própria hipótese de que o Partido Republicano Português de facto exerceu o monopólio do Poder.

Admito pois que, ao contrário do que os factos mostram, o Partido Republicano Português exerceu o monopólio do Poder.

Àparte do Sr. Manuel Fragoso.

O Orador: - Tem V. Exa. razão.

Se tivesse tido a paciência de me escutar e ouvir o desenvolvimento do meu raciocínio, veria que os meus argumentos são apresentados nesse sentido.

Se o Partido Republicano Português tivesse exercido de facto o monopólio do Poder, evidentemente haviam de ter passado na sociedade portuguesa um certo número de factos, determinados por êsse fenómeno, que conduziria à presença exagerada, extraordinária, de um dado agrupamento, perfeitamente definido, no Poder.

Evidentemente, todas as pessoas que se sentissem magoadas com essa situação procurariam arranjar um aglomerado de pessoas, de maneira que a própria circunstância dêsse fenómeno conduziria à criação de um grande organismo partidário.

Vamos ver se êle se organizou em Portugal.

O partido maior, a seguir ao Partido Republicano Português, é o Nacionalista.

Assim êle mesmo se proclama; assim o diz na moção, escrevendo partido com o grande, o imortal Sr. Pedro Pita.

Mas é curioso analisar os fundamentos dêsse partido.

Inicialmente, êle resultou da fusão do Partido Unionista e duma parte do Partido Evolucionista, visto que outra parte acompanhou o Dr. Júlio Martins, dessidente, e formou o Grupo Popular.

O Chefe do Partido Evolucionista era o Sr. Dr. António José de Almeida - e referindo aqui o nome de S. Exa., não quero deixar de lhe prestar homenagem.

Na forma como ainda hoje vive e luta com a doença mostra bem ser um republicano do tipo moral dos da propaganda (Apoiados), e emquanto outro dia uma pessoa nova, cheia de vida, se mostrava ávide ter mais um lugar, S. Exa. deu o extraordinário exemplo de não querer aceitar uma situação pessoal, aliás merecida pela sua cultura e pelos serviços que a República lhe deve.

Apoiados.

O chefe do Partido Unionista era o Sr. Brito Camacho, que temos o prazer de