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48 Diário da Câmara aos Deputados

contar entre nós e que é uma figura moral de grande relevo político.

Apoiados.

Êsses partidos, formados sob a égide suprema de pessoas como os Srs. Brito Camacho e António José do Almeida, davam a segurança de uma dedicação absoluta pela República e pelo bem do País.

E é por isso que ou, com toda a sinceridade, digo à Câmara que lamento que êsses dois partidos, cada um de per si, não pudessem ter feito o que almejavam.

Mas, realmente, nem o Partido Evolucionista, nem o Partido Unionista eram grandes partidos, e a prova é que reconheceram que tinham de só fundir para formar uma fôrça maior.

Cada uma dessas modalidades políticas, do per si, não logrou a expansão necessária para serem os grandes partidos que desejavam ser.

Da fusão dêsses partidos pasceu o Partido Liberal, o qual, em vista de ser o resultado da soma de dois agrupamentos da República, se julgava com
condições para ser Govêrno.

Êste Partido não foz também, como seu objectivo máximo, uma propaganda e actividade grandes, indo junto do povo, de terra em terra, como nós fomos, e vamos constantemente.

É raro o mês, ainda hoje, que eu não tenho de ir falar a qualquer parte, a convite de gente do povo, que imagina que eu lhe posso ser útil.

É assim que os partidos devem fazer, para medrar, luctando e defendendo, procurando adeptos, mostrando que os não devora a anciedade de mandar, mas sim o desejo de convencer todos de que os seus processos são aqueles que devem ser adoptados.

Não fez isto o Partido Liberal.

Adoptou uma solução mais cómoda: desalojar o Partido Republicano Português.

E dão mostras de ter os mesmos defeitos que nos censuram. A vida prática tem demonstrado, em todas as demonstrações de actividades dessas pessoas, que em geral tem mais possibilidades de devorar do que aqueles a quem chamam devoristas.

O Sr. Manuel Fragoso (interrompendo). - E são os que mais tem devorado que precisamente acusam o Partido Democrático das "prendas" que possui, E alguns, tendo já "comido" adentro do Partido Democrático, procuram agora "comer" lá fora ... Risos.

O Orador: - Continuam a "mastigar" em seco, e julgam que os outros querem mastigar" também. Mas deixemos esta parte pitoresca - digamos - e vamos analisar os factos.

Fez o Partido Liberal esta campanha, e em certo momento fizeram-se movimentos, anunciaram-se revoluções, etc., porque tem sido, Sr. Presidente, um grande mal dêste País o haver panidos que não tendo condições para governar, isto é, não podendo governar em condições normais, procuram governar por meios anormais. E o Partido Republicano Português que, como dizem, tanto anseia o famigerado Poder, teve um gesto nobre, coerente com o seu passado do transigência. Fez a amnistia dos combatentes monárquicos para se poder fazer a união sagrada com o Partido Evolucionista. O Partido Republicano Português entregou o Poder ao Partido Liberal e com a dissolução parlamentar. Vieram os nossos representantes ao Conselho Parlamentar para fazer aquilo que o Sr. Cunha Leal há pouco ainda nos incitava a fazer. E eu direi daqui a pouco a S. Exa. as razões que, como português, como patriota e como republicano me obrigam a não reincidir nesse êrro, que ficou marcado na vida da República tragicamente, com os cadáveres das mais nobres figuras da República.

Fizeram-se umas eleições, presidida, pelo Partido Liberal, que deu logo ao País êste triste espectáculo: uma vez ao Poder reincidiu o intensificou as situações
anteriores. Os evolucionistas procuravam arrebanhar o maior número de adeptos, de Deputados para virem ao Parlamento. Os unionístas procediam de igual forma. E êles próprios agrediram-se todos mutuamente com mais violência do que nós, os seus adversários, o poderíamos ter feito.

O Govêrno do Sr. Barros Queiroz viveu nesta casa do Parlamento com o apoio do Partido Republicano Português, e com a guerra surda daqueles que do outro lado- da Câmara diziam ser os seus