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Sessão de 5 de Agosto de 1925 9

blico, o são bem uma garantia de que continuarão a merecer o respeito e a consideração de todo o País.

Nas pastas da Guerra, dos Negócios Estrangeiros e da Instrução estão também ligaras que nós conhecemos pela sua dedicação, inteligência e, sobretudo, pela forma como têm desempenhado os serviços a seu cargo.

Apresenta-se pela primeira vez na pasta das Colónias um ilustre oficial de marinha, o Sr. Pereira Leito. E um oficial muito distinto, que conhece bem as condições em que se encontram as nossas colónias, e todos esperamos que S. Exa. embora não esteja filiado em qualquer partido, há-de empregar todos os seus esfôrços e a sua vasta inteligência o dedicação para se desempenhar bem da missão que todos sabem ser muito difícil e crítica no momento.

Na pasta do Trabalho está um ilustre e antigo colega nosso, que também já passou pelas cadeiras do Poder. Confiamos que com toda a atenção se há-de dedicar aos assuntos da sua pasta, bem importantes, sobretudo em pontos essenciais que a República tem pôsto do lado, a que não tem dado o desenvolvimento que é indispensável que se dê.

Como vejo com muito prazer que, na pasta da Instrução está aquele ilustre homem público que se tem dedicado do uma maneira excepcional ao estudo do questões tam importantes, o muito especialmente à questão da instrução, que é a base da nova República a estabelecer, mas que infelizmente também ainda não temos podido dar aquele desenvolvimento que era indispensável que se dêsse.

Seja-me permitido chamar a atenção para os dois Ministros que sobraçam as pastas militares.

Todos sabemos quanto devemos às fôrças militares pela sua dedicação, pela forma como sempre acodem, quando necessário, ao restabelecimento da ordem, tanto interna como externa; mas no emtanto é preciso que não esqueçamos que as fôrças militares tem de estar em condições muito especiais, e que é necessário que a República repare para essas condições, em que não, só lutam com a falta de material para bem se desempenharem da sua missão, como ainda se encontram em condições excepcionalmente graves quanto à forma como são reclamados os seus serviços.

Os homens que se integram, ou se dedicam exclusivamente à vida militar, esses homens pela sua dedicação não só afazem a profissões diferentes daquelas a que se dedicaram ao iniciar sua carreira.

Se outros podem realmente dispor no tempo e empregar-se em assuntos diversos dos serviços da sua carreira, para poderem angariar os meios indispensáveis á vida, posso afirmar a V. Exa. que os militares, pela sua dedicação especial, não têm capacidade para entregar-se a assuntos diversos daqueles a que dedicam a sua actividade.

E se nós queremos que realmente os militares se desempenhem bem da sua missão, é indispensável que os ponhamos em condições de bem servir o País, o que é incompatível com as condições, quási miseráveis, em que actualmente se encontram.

Tenho viajado algumas vezes, tenho encontrado lá fora oficiais estrangeiros, o posso afirmar, sem receio de desmentido, que os oficiais portugueses em toda a parte não são inferiores, pela vastidão 'dos seus conhecimentos, aos oficiais dos primeiros estados europeus.

As duas escolas preparam muito bem, com grande desenvolvimento, os seus oficiais.

Mas é pena que êsses homens lutem com as maiores dificuldades, sem andarem pelos jornais e outros meios públicos a dar conhecimento da vida miserável que arrastam.

Nas condições actuais da vida, os oficiais passam tormentos em suas casas, com filhos, muitas vezes sem poderem sair de casa por falta daqueles elementos indispensáveis para se apresentarem cá fora.

Contudo, êsses oficiais desempenham .dignamente as funções que nas horas amargas lhes exigimos.

Para honra da República, é indispensável manter a êsses oficiais os meios de vida compatíveis com uma boa administração, visto que êles sabem portar-se com toda a galhardia.

Sr. Presidente: se queremos ter o direito de exigir, é indispensável que se olhe para êste estado de cousas, que nau é compatível com a moral da República,