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8 Diário da Câmara dos Deputados

Não, Sr. Presidente, não tem que se pedir, nem. tem que se exigir, pois, na verdade eu só compreendo que se poça, o que se exija ao contribuinte um esfôrço, quando na verdade haja a certeza da sua boa aplicação.

Não sendo assim, não se compreende que se venha pedir mais êste esfôrço, se bem que eu saiba, conformo já tive ocasião de dizer à Câmara, que há muitas verbas inscritas no Orçamento que estão muito longe de ser atingidas.

Haja em vista o que tem acontecido com o imposto do transacções, que foi calculado em 110:000 contos, e que não têm rendido mais do 60,000 contos, o mesmo se dando com a contribuição de registo, mas muito principalmente com o imposto do transacções,

Êsse imposto está longe de render a verba prevista, porque há uma grande falta de pessoal das repartições respectivas, o que fax com que na maioria dos concelhos a cobrança esteja atrasada em, pelo Amenos, cinco anos,

É assim que nós queremos preparar uma melhoria financeira, para a estabilidade cambial?

Como andamos a brincar com tudo isto!

Estabilidade cambial!

O público português, e toda a gente, está a embalar-se demasiadamente na estabilidade cambial.

Oxalá não venha a desilusão amanhã! Que amarga ela será!

Aproveitou-se, acaso, a oportunidade para se equilibrar o Orçamento?

Não!

Que grande crime praticámos!

O que dirá o Sr. Ministro das Finanças sôbre êste assunto?

Que responsabilidade não teremos nós todos só amanha a roda desandar e não fôr possível travá-la!

Todos nas mãos apertarão a cabeça.

Não digo que vão para o fundo como os macacos, porque a verdade é que os macacos nadam.

Nessa altura os espertos nadarão. Os simples é que se afundarão.

Dia a dia deminui a possibilidade de se aproveitar a oportunidade que temos deixado perder, visto que o contribuinte cada vez vai sentindo mais a dificuldade de pagar as contribuições.

Reconheço, é certo, a necessidade de instalações higiénicas o condignas; mas o que se passa nos outros ramos do serviço?

Conhecem V. Exas. o hospital do S. José e todos os outros estabelecimentos hospitalares?

Não há ninguém que possa dizer-me que êsses estabelecimentos são condignos da Europa.

Interrupção do Sr. Almeida Ribeiro, quê não se ouviu.

O Orador: - Feitas as contas, verificamos que 22:000 contos são para Lisboa, 5:000 contos para o Pôrto e 3:000 contos para Coimbra.

O nosso mal deriva de termos uma cabeça enorme em relação a um corpo tara pequeno, e é naturalmente por isso que andamos às vezes a bater com a cabeça pelas paredes.

Está tudo efectivamente concentrado em Lisboa.

Quando se trata dos interêsses dos concelhos o das aldeias dizem-nos logo que é política de campanário e de regedoria, sem só lembrarem de que o que alimenta as capitais é a província.

Seria interessante que cada uai de nós procurasse amanha, com a moral da torra do arcebispo, formular um projecto para que dêstes 30:000 contos se tirassem 15:000, a fim de serem distribuídos pelas escolas primárias da província.

O Sr. Presidente: - Deu a hora de se passar à ordem do dia.

Só V. Exa. quiser, poderá ficar com a palavra reservada.

O Orador: - Sim, senhor.

Fico então com a palavra reservada.

Tenho dito por agora.

O orador não reviu.

O Sr. Rocha Saraiva (para um requerimento):- Sr. Presidente: peço a V. Exa. o obséquio de consultar a Câmara sôbre se permite que continue a discussão desta proposta, com prejuízo da primeira parte da ordem do dia.

Foi aprovado, em prova e contraprova, requerida pelo Sr. Paiva Gomes, por 34 votos contra 31, o requerimento do Sr. Rocha Saraiva.