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22 Diário da Câmara dos Deputados

Govêrno se viu na necessidade absoluta de ir à praça fazer compras avultadas de libras, para assim impedir uma baixa desordenada, que na verdade ninguém sabia onde ia parar.

O Govêrno viu-se na necessidade do tomar esta providência:

Leu.

Aqui tem já V. Exa. um prejuízo do algumas dezenas de milhares de contos para o Estado.

O Sr. Cunha Leal: - E as cambiais provenientes da venda da prata?

O Orador: - A prata está em Londres à ordem do Govêrno. O fundo não tem deminuído; pelo contrário, tem sido aumentado.

O Sr. Cunha Leal: - Estando a prata à nossa ordem, em face do n.° 2.° do artigo 2.° podia substituir-se.

O Orador: - Em resposta, devo já dizer que não posso nem devo fazer isso, pois êsse depósito em Londres tem exercido uma acção benéfica na praça.

O Sr. Cunha Leal: - Eu disse isto em acordo com o pensamento do partido de V. Exa.

O Orador: - De maneira que em 30 de Junho de 1925, data a que se reporta o último mapa que vou ler a V. Exas. a situação da conta era a seguinte:

Leu.

Mas temos do estudar êste número, porque êle não representa, do facto, o prejuízo tido pelo listado na política que se orientou ora a convenção do 1922. Já aqui está incluído o prejuízo tido no milhão de libras que o Estado julgou do seu dever perder para efeitos da melhoria cambial e que, portanto, não pode levar-se à conta de má qualidade do processo, mas à intenção louvável do Govêrno de evitar piores males para a Nação.

Em Fevereiro havia um saldo de libras na conta, que ao câmbio médio de 161$, dava o seguinte:

Com êstes números respondo ao Sr. Carvalho da Silva, que afirmou que as libras do Estado só serviram para entregar à Caixa Gorai de Depósitos para ela socorrer os afilhados.

Devo dizer à Câmara que a referida Caixa não realizou até agora nenhum desconto e que não tem sido a monopolista dos valores-ouro do Estado. Encontra-se neste mapa uma venda ao balcão e, portanto, ao público; encontram-se também vendas a banqueiros, e mais as seguintes:

Leu.

A Caixa Geral de Depósitos, como V. Exas. sabem, tem de fazer face às necessidades ouro dos serviços do Estado - e já V. Exas. viram, que ela pouco mais recebeu, deduzido isso, do que receberam os bancos! - e às necessidades daqueles que foram directamente comprar ao balcão, na Inspecção do Comércio Bancário. Temos, portanto, um total de sã das seguinte:

Leu.

A conta final em 30 de Junho é esta:

Leu.

Do então para cá não tem havido prejuízos, visto que o câmbio se tem mantido.

Trocam-se explicações entre o orador e os Srs. Velhinho Correia e Morais Carvalho.

O Orador: - Quando íamos na desvalorização da moeda já os Governos tinham de intervir para evitar um mal maior, e para intervir tinham de levar o Estado a perder. Mas era dever moral dos Governos impedirem tanto quanto pudessem a marcha ascensional do valor da libra.

Nesta altura o orador é novamente interrompido pelo Sr. Morais Carvalho, intervindo simultaneamente o Sr. Velhinho Correia e havendo troca de explicações.

O Orador: - Entram também as cambiais que são oferecidas.

O Sr. Velhinho Correia: - É que a, baixa cambial não se passou numa curva regular, mas numa curva muito irregular. Com períodos de baixas e altas.

O Orador: - Vamos detalhar a conta a fazer de quem o Estado perdeu.

A maior parte do dinheiro perdido é representado pelas notas em circulação.