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O que é preciso é acabar de vez com -uma tal prática que em nada honra a nossa administração, e que não pode servir de precedente por forma alguma. O Orçamento de 192CÉ-Í921 tem forçosamente de ser votado ha devida altura é com os precisos resguardos. (Apoiados).

\ Pretende-se que o Congresso feche hoje, e só reabra em 12 de Abril — está bem! "

£ Digam, porém, V. JJx.ash Sr. Presidente e Srs. Congressistas, se supõem possível.que, a partir de 12 de Abril até o fim do ano económico, isto é, até 30 de Junho, o nosso Parlamento, quo enferma de hábitos próprios da mor parte dos Parlamentos, e talvez dalguns ainda que nos .são próprios, possa em tam curto prazo de tempo apreciar e votar a proposta orçamental de 1920-1921?

Por minha parte afirmarei que não, que. nada se poderá fazer com a seriedade è consciência convenientes.

Mais ainda; são inúmeras as questões que impendem sobre nós, -exigindo apreciação e resoluções precisas e pronta». Muitas delas ocorrem logo ao espírito de nós todos, outras não ,è preciso em pouco procurá-las; umas são relativas à nossa "vida interior, outras respeitam essencialmente à nossa7 vida externa, umas e outras, porém, igualmente urgentes e indispensáveis quanto à sua solução.

A duas me referirei em especial: à sim ou não ratificação do Tratado de Paz, e à questão vital para a nossa economia e subsistência, a organização dos transportes marítimos. :

Há muito que a proposta de ratificação do Tratado de Paz devia ter sido apresentada ao Congresso, e que este a deveria ter ratificado. Devê-lo-ia ter feito a Bepública Portuguesa com a mesma rapidez, decisão, bom senso e idealismo democrático que presidiram à sua atitude tomada logo desde o início ~dá Grande Guerra, continuando, a manifestar assim iniludívelmente a sua lialdade e respeito absoluto pelas suas alianças e desinteresse por vantagens que nunca procurara, sern^ todavia/ deixar de altivamente pugnar por Atenções e direitos, que porventura não lhe houvessem sido devidamente salvaguardados no mesmo Tratado de Paz.

O que vem a propósito são os pruridos artificiosos e um pouco deslocados de na

Diário das Sessões do Congres»tf

sua apreciação 'se versarem os múltiplos aspectos e questões referentes à nossa participação, assunto magno que pode e deve vir a discutir-se em toda a sua complexidade ^em qualquer altura, não sendo, todavia, armais própria aquela em que se-trate de sim ou não ratificar um Tratado-que já por nós foi assinado.

De contrário, e com exigências especiosas dê prévia publicação do Livro Branco e outros documentos, só mal nos virá pois* que tais publicações não nos pertencem só a nós, e das demoras de ratificação, já não-admite dúvidas que prejuízos reais nos podem. resultar, se é que os não estamos suportando, como firmemente o julgamos.

£ Acha o Congresso que se deva especar ainda um longo mês para quo se~ cuide deste magno assunto, pois que tanto-importa no caso o seu adiamento?

A nossa opinião é, e continuará a serr formalmente contrária. • - ,

O mesmo se dá com a'questão dos transportes marítimos, à qual está, cm grande parte, ligada a atenuacjlo -ou melhoria das nossas dificuldades do sabsis-têneias e, indirectamente, da nossa situação económica. «

Um parecer cuidadosamente feito sobre o assunto corre já na Câmara dos Deputados, pode entrar amanhã em apreciação e irá, com o adiamento, esperar, pelo menos,' um longo mês;

Comecei por dizer, Sr. Presidente, que o facto de haver feito parte do Governo transacto me obrigava a um conhecimento um pouco especial, das dificuldades da situação, e isto, que ó assim, é facilmente-compreensível e não demanda considerações especiais, ao que me parece.

Parte tias questões e problemas que há" tempo se têm vindo adiande, acumulando-se e, por- assim dizer, agravando-se dia a dia, impõem-se hoje com urgência, exigindo mesmo algumas delas soluções imediatas, que, todayia, terão do ser individualizadas quanto possível, não obstante o—como qug — concortamento com que ora se apresenta a sua irrupção.